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Centenário do Titanic marca 1º leilão de 5,5 mil objetos

Marta Quintín

01/04/2012 10h11

Nova York, 1 abr (EFE).- Os admiradores do Titanic, cuja história ainda fascina pessoas do mundo inteiro, têm pela primeira vez a oportunidade de adquirir algum dos 5,5 mil objetos recuperados do fundo do Oceano Atlântico, graças a um leilão que será realizado em abril, mês do centenário de seu naufrágio.

Um desses objetos, o mais curioso, de acordo com Arlan Ettinger, presidente da casa Guernsey's, organizadora do leilão e com sede em Nova York, é um binóculo que pode ter sido do vigia do Titanic, o que o impediu de ver o iceberg que provocou o naufrágio do transatlântico na madrugada de 15 de abril de 1912.

"Talvez esse binóculo que agora está sendo leiloado seja o que teria permitido o navio desviar do iceberg e evitar aquela tragédia que matou mais de 1,5 mil pessoas", afirmou nesta segunda Ettinger à Agência Efe.

Outros exemplos dessa coleção, que foi reunida ao longo de 17 anos e sete imersões, desde que em 1987 foi iniciada a recuperação dos restos do naufrágio, são uma peça do hall do navio, de oito metros por 15, e um pequeno bracelete de ouro com um diamante encaixado.

Alguns são tão "curiosos" como um pote de creme de cabelo para homens, que se conserva intacto; um chapéu de padeiro; uma nota de US$ 5 e alguns cartões-postais comprados em Londres por um dos passageiros, que os levava aos Estados Unidos como lembrança.

Essas relíquias, que foram avaliadas em US$ 189 milhões pertenceram à RMS Titanic Inc. nos últimos 25 anos.

Os 5,5 mil objetos, que incluem material com direitos autorais como milhares de horas de filme de vídeo e mapas tridimensionais das dependências interiores do navio, serão vendidos, por ordem de um tribunal americano, como uma coleção única, por razões de preservação histórica.

Assim, explicou Ettinger, os interessados podem a partir de agora dar seus lances, e os ganhadores, que serão divulgados no dia 2 de abril, terão que se comprometer em manter a coleção reunida, garantindo o acesso do público às peças, estejam onde estiver, "para que as gerações futuras tenham a oportunidade de aprender e entender o que aconteceu".

"Ao longo da história, ocorreram coisas terríveis, mas felizmente aprendemos com o passado, e por isso existem museus no mundo inteiro dedicados à guerra, onde podem ser vistos os uniformes dos soldados mortos e as armas que eles usavam", especificou.

Ettinger acrescentou que o Titanic "está se deteriorando de forma muito rápida e chegará um momento em que desaparecerá totalmente, e esses objetos serão seu único vestígio, portanto o leilão tem como objetivo a conservação histórica. Não estamos insultando ninguém que perdeu um parente há 100 anos".

O presidente da organizadora do leilão indicou que a história do Titanic "é universal e fascina todas as gerações, em todo o planeta, por isso sua tragédia sempre é contada e relembrada".