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Morre o cartunista francês Moebius

Morre o cartunista francês Moebius - AFP
Morre o cartunista francês Moebius Imagem: AFP

10/03/2012 09h55

Paris, 10 mar (EFE).- O cartunista francês Jean Giraud, conhecido como Moebius, pai da história em quadrinhos sobre o tenente Blueberry, morreu neste sábado aos 73 anos de idade após um longo período com estado de saúde debilitado, informou a emissora "Europe 1".

Autor prolífico, que assinou boa parte de sua obra com o pseudônimo de Gir, Moebius trabalhou em algumas das revistas mais importantes da França, colaborou com desenhos para o cinema e ganhou fama com o gênero faroeste.

Criador de um universo muito pessoal, o desenhista francês colaborou na criação dos personagens dos filmes "Alien - O 8º Passageiro", de Ridley Scott; "O Quinto Elemento", de Luc Besson; e "O Segredo do Abismo", de James Cameron, entre outros.

Nascido em 8 de maio de 1938 na cidade francesa de Nogent-sur-Marne, no seio de uma família humilde, Giraud começou a publicar seus primeiros desenhos com apenas 15 anos.

Sua atração pelo "western" levou-o a criar, em colaboração com Jean-Michel Charlier, a saga "Blueberry", que assinou com o pseudônimo de Gir e que lhe deu fama internacional.

Com o passar dos anos, no final da década de 1960, o cartunista deixou de lado o realismo da série faroeste para se consagrar com obras mais fantásticas, em um universo próprio muito relacionado à ficção científica.

Foi nesse momento em que adotou o pseudônimo de Moebius e quando começou uma prolífica colaboração com o cinema, que durou vários anos.

Entre o realismo e a imaginação, Moebius teve tempo de desenhar a si mesmo, como mostra a série de álbuns que editou sobre sua própria vida sob o título "Inside Moebius".

Giraud teve fortes vínculos com o México, onde viveu sua mãe e onde passou diversos períodos de sua vida, o que influenciou sua visão do gênero "western".

Nomeado Melhor Artista Gráfico da França nos anos 1990, Moebius tinha a insígnia das Artes e das Letras que recebeu do então presidente François Mitterrand em 1985.

Muito admirado em seu país, concluiu no ano passado em Paris uma grande exposição consagrada a sua obra.