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Aos 26 anos, bailarino do Royal Ballet confirma aposentadoria

Primeiro bailarino do Royal Ballet se demite às vésperas de estreia - Reprodução
Primeiro bailarino do Royal Ballet se demite às vésperas de estreia Imagem: Reprodução

07/03/2012 11h56

O ucraniano Sergei Polunin, que já foi o principal bailarino do Royal Ballet de Londres, abandonará sua carreira aos 26 anos para levar uma vida normal e longe da rígida disciplina dos ensaios, informa nesta quarta-feira (7) o jornal "The Guardian".

Polunin se demitiu do Royal Ballet, onde era a principal estrela há dois anos, no último mês de janeiro, mas só agora confirmou sua precoce aposentadoria. Atualmente com 22 anos, o bailarino, que entrou nessa instituição aos 19 anos, ganhou muito destaque ao se tornar o mais jovem a assumir este disputado posto.

Polunin anunciou sua saída do Royal Ballet nas vésperas da estreia da obra "The Dream", de Frederick Ashton, uma decisão que acabou fazendo com que sua licença de trabalho no Reino Unido fosse cancelada. Em seu retorno à capital britânica, o bailarino não se comprometeu com nenhuma outra companhia.

Atualmente, o jovem se dedica aos ensaios de uma obra sobre James Dean, "Men in Motion", no teatro Sadler's Wells de Londres. Esta será a primeira peça coreografada por Polunin.

Segundo o artista, a dureza física exigida pelo ballet foi o principal motivo para ele programar sua aposentaria aos 26 anos.

"Não acredito que posso seguir fazendo algo contrário ao meu corpo. Os pés, os joelhos... tudo começa a doer muito mais a partir dos 24", explicou Polunin, que tem 22.

Polunin também ressalta que as atuações são os únicos momentos prazerosos de sua profissão, já que os ensaios são "um trabalho físico muito duro e, às vezes, também muito chato".

"Termino de ensaiar tarde e já vou direto para casa, penso que pelo menos queria ter mais seis horas de vida normal", afirma.

De acordo com o bailarino, as companhias de balé deveriam ensaiar durante um mês e depois repetir uma 30 vezes o mesmo espetáculo, de modo que os dançarinos possam desfrutar mais tempo sobre o mesmo cenário.

"Que sentido faz você ensaiar um mês inteiro e atuar só uma vez. Ensaiar mais outro mês e depois mudar o espetáculo?", indaga Polunin.

Além de uma possível viagem aos Estados Unidos, Polunin deverá se dedicar à interpretação, já que deseja participar de longas-metragens que misturem dança e ação.

"Acho que a Inglaterra é um bom lugar para começar, conseguir um professor de interpretação. Mas, talvez, possa me mudar para os Estados Unidos", disse Polunin.