Cineasta Miguel Gomes espera que prêmios em Berlim ajudem cinema português
Berlim, 18 fev (EFE).- O cineasta português Miguel Gomes, agraciado com o Prêmio Alfred Bauer da Festival de Berlim e o da crítica internacional Fipresci por seu filme "Tabu", expressou neste sábado sua esperança de que estas distinções ajudem o cinema de seu país nestes momentos difíceis.
"Espero que seja decisivo em um momento no qual em Portugal se está decidindo como tem que ser a contribuição do Governo para o cinema", declarou o diretor, ao se referir a seu prêmio e ao de seu compatriota João Salaviza, ganhador do Urso de Ouro de melhor curta-metragem.
Ele afirmou que "um país precisa de filmes, mas se não há dinheiro, não há mercado", ao mesmo tempo em que assinalou que se trata de "um conceito de serviço público que está desaparecendo em Portugal".
Gomes dedicou seu prêmio ao recebê-lo durante a festa de encerramento do Festival Internacional de Cinema de Berlim "ao talento dos diretores do cinema português, que estão há 50 anos fazendo cinema independente do poder político e econômico".
O filme que ganhou o Alfred Bauer - prêmio adotado em memória do fundador do festival e outorgado a uma obra que abra novas perspectivas na arte do cinema - é uma história de amor filmada em preto e branco, ambientada na África colonial.
"Estou muito feliz com o prêmio, embora seja à inovação e meu filme seja feito à moda antiga. Mas é muito moderno agora fazer filmes à antiga", disse sobre seu filme, coproduzido por Brasil e Portugal.
Segundo Gomes, "o que conta realmente é tentar mostrar coisas, o que acontece entre os personagens e as emoções da melhor maneira, e às vezes você tem que fazer isso em preto e branco.
Salaviza, que levou o Urso de Ouro do júri do "Festival de Berlim Shorts" por seu curta-metragem "Rafa", lembrou durante a entrevista coletiva que a situação em Portugal "não está fácil".
Por isso, expressou sua esperança de que o prêmio contribua para melhorar a situação, já que "o cinema não teve muito apoio nos últimos 10-12 anos com os sucessivos Governos".
"Quero dedicar o prêmio também ao Governo português. Se este ano fizer um bom trabalho, dedicarei a ele o prêmio, portanto é uma dedicatória com condição", declarou, acrescentando: "Em Portugal temos problemas e não sabemos o que vai acontecer com o cinema".
A obra premiada, uma coprodução luso-francesa intitulada "Rafa", conta a história de um adolescente de 13 anos cuja mãe não retorna para casa nos subúrbios de Lisboa em uma manhã, depois de ter passado a noite com um homem.
Também houve uma menção especial do júri do "Festival de Berlim Shorts" ao curta brasileiro "Licuri Surf", de Guile Martins, que convida a percorrer a costa do Brasil em um filme de aventuras sobre o surfe.
A fita, de 15 minutos, transfere o espectador ao mundo dos jovens indígenas que sobre sua prancha de surf procuram desfrutar a próxima onda.
"Espero que seja decisivo em um momento no qual em Portugal se está decidindo como tem que ser a contribuição do Governo para o cinema", declarou o diretor, ao se referir a seu prêmio e ao de seu compatriota João Salaviza, ganhador do Urso de Ouro de melhor curta-metragem.
Ele afirmou que "um país precisa de filmes, mas se não há dinheiro, não há mercado", ao mesmo tempo em que assinalou que se trata de "um conceito de serviço público que está desaparecendo em Portugal".
Gomes dedicou seu prêmio ao recebê-lo durante a festa de encerramento do Festival Internacional de Cinema de Berlim "ao talento dos diretores do cinema português, que estão há 50 anos fazendo cinema independente do poder político e econômico".
O filme que ganhou o Alfred Bauer - prêmio adotado em memória do fundador do festival e outorgado a uma obra que abra novas perspectivas na arte do cinema - é uma história de amor filmada em preto e branco, ambientada na África colonial.
"Estou muito feliz com o prêmio, embora seja à inovação e meu filme seja feito à moda antiga. Mas é muito moderno agora fazer filmes à antiga", disse sobre seu filme, coproduzido por Brasil e Portugal.
Segundo Gomes, "o que conta realmente é tentar mostrar coisas, o que acontece entre os personagens e as emoções da melhor maneira, e às vezes você tem que fazer isso em preto e branco.
Salaviza, que levou o Urso de Ouro do júri do "Festival de Berlim Shorts" por seu curta-metragem "Rafa", lembrou durante a entrevista coletiva que a situação em Portugal "não está fácil".
Por isso, expressou sua esperança de que o prêmio contribua para melhorar a situação, já que "o cinema não teve muito apoio nos últimos 10-12 anos com os sucessivos Governos".
"Quero dedicar o prêmio também ao Governo português. Se este ano fizer um bom trabalho, dedicarei a ele o prêmio, portanto é uma dedicatória com condição", declarou, acrescentando: "Em Portugal temos problemas e não sabemos o que vai acontecer com o cinema".
A obra premiada, uma coprodução luso-francesa intitulada "Rafa", conta a história de um adolescente de 13 anos cuja mãe não retorna para casa nos subúrbios de Lisboa em uma manhã, depois de ter passado a noite com um homem.
Também houve uma menção especial do júri do "Festival de Berlim Shorts" ao curta brasileiro "Licuri Surf", de Guile Martins, que convida a percorrer a costa do Brasil em um filme de aventuras sobre o surfe.
A fita, de 15 minutos, transfere o espectador ao mundo dos jovens indígenas que sobre sua prancha de surf procuram desfrutar a próxima onda.
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