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Entrega de chaves a Rei Momo dá início a carnaval renovado no Rio de Janeiro

17/02/2012 18h47

Carlos A. Moreno.

Rio de Janeiro, 17 fev (EFE).- O tradicional ato de entrega das chaves da cidade ao Rei Momo deu início oficialmente ao carnaval do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, que renovou os palcos de sua famosa festa para poder atrair mais turistas.

"Eu entrego a cidade com o Sambódromo renovado, com o Terreirão do Samba renovado, com os blocos já desfilando de forma organizada nas ruas e com os bailes de salão revividos", afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ao entregar simbolicamente o poder ao Rei Momo, personagem encarnado por Milton Júnior, com aspecto bonachão e habilidades na dança.

Paes destacou em seu discurso os investimentos feitos no último ano para reformar os palcos de um dos carnavais mais famosos do mundo, tanto para aumentar a capacidade de pessoas que podem desfrutar da festa como com o objetivo de renová-los para os Jogos Olímpicos que a cidade sediará em 2016.

O sambódromo, a avenida de 720 metros de comprimento rodeada por arquibancadas e pela qual desfilam as tradicionais escolas de samba, foi submetido a uma reforma para deixá-lo como foi concebido originalmente nos anos 80 pelo arquiteto Oscar Niemeyer e para aumentar sua capacidade até 72.500 espectadores.

As obras recém inauguradas transformaram o sambódromo da Marquês de Sapucaí no primeiro cenário dos Jogos Olímpicos do Rio a ser entregue, já que será a sede das competições de tiro com arco em 2016 e do fim da maratona.

"O carnaval deste ano é da renovação e das grandes mudanças. Renovamos a Marquês de Sapucaí para aumentar em 12.500 seus lugares, para que mais pessoas de todo o mundo possam assistir a esta grande festa", disse à Agência Efe o Rei Momo.

As escolas de samba, que continuam desfilando no evento mais atraente do carnaval e considerado o maior espetáculo do mundo ao ar livre, se apresentam no sambódromo todas as noites de carnaval, mas as que mais chamam a atenção do público são as 13 escolas do Grupo Especial, que concorrem nas noites de domingo e segunda-feira.

As escolas, integradas por até 6 mil músicos, dançarinos, atores, personalidades do esporte e da política, oferecem um espetáculo de luzes, sons e cores com seus enormes carros alegóricos, suas fantasias e seus sambas de letra contagiante.

A Prefeitura também reformou e aumentou a capacidade do Terreirão do Samba, um espaço para bailes populares próximo ao sambódromo, que funciona todas as noites do carnaval e onde acontecem apresentações a preços subsidiados.

Para aumentar o público que pode desfrutar das festas, a Prefeitura autorizou 476 blocos a desfilar este ano nas ruas e avenidas.

Os blocos, alguns dos quais chegam a atrair até meio milhão de pessoas, são os protagonistas do chamado "carnaval de rua", porque liderados por baterias e equipados com poderosos amplificadores de som, percorrem as vias públicas para a diversão gratuita de milhares de cariocas e turistas.

A Prefeitura também reviveu este ano vários dos tradicionais bailes de salão, que atraem a luxuosos hotéis e casas de festa aqueles que querem brilhar com chamativas fantasias.

Cerca de 850 mil turistas, entre eles 250 mil estrangeiros, segundo cálculos da secretaria municipal de Turismo, são esperados para estes dias na cidade e gastarão por volta de US$ 620 milhões.

A previsão de turistas é conservadora, assim como foi no ano passado, quando a secretaria disse esperar 756 mil visitantes e recebeu um milhão.

Para agradar estes turistas, cartazes dando as boas-vindas e com declarações de amor aos visitantes foram exibidos nesta sexta-feira durante a entrega das chaves da cidade ao Rei Momo, que chegou ao Palácio da Cidade em uma limusine e foi recebido pelo prefeito em um tapete vermelho e com um beijo na mão.

A festa de "transferência do poder" foi acompanhada pela banda oficial da Prefeitura e pela bateria da escola de samba Beija-Flor, campeã do carnaval do ano passado.