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Berlinale encerra apresentação dos candidatos ao Urso de Ouro

17/02/2012 15h12

Berlim, 17 fev (EFE).- O Festival de Berlim encerrou nesta sexta-feira a apresentação dos candidatos ao Urso de Ouro com "Rebelle", um filme centrado na história de uma criança-soldado do Congo e dentro da tônica do Berlinale 2012, que foca os conflitos e as grandes manifestações do mundo atual.

Dirigida pelo canadense de origem vietnamita Kim Nguyen, o longa "Rebelle", o último grito de alerta desta 62ª edição do Festival de Berlim, apresenta os dramas da Guerra Civil africana através da história da jovem Komona (Rachel Mwanza), uma menina de 12 anos que é capturada por um exército rebelde para se transformar em uma criança-soldado.

Trata-se de um grande filme de baixo orçamento, como a maioria dos 18 concorrentes ao disputado Urso de Ouro do Berlinale 2012. Segundo a crítica especializada, o anfitrião "Barbara", de Christian Petzold, aparece como um dos favoritos ao prêmio.

O filme, um drama ambientado na Alemanha comunista, lidera o ranking tanto da crítica internacional da revista do festival, "Screen", como do jornal alemão "Der Tagesspiegel".

"L'enfant d'en Haut", dirigido pela suíça Ursula Meier, e "Tabu", do português Miguel Gomes, também são outros filmes de baixo orçamento que aparecem bem cotados nessa disputa.

Dirigido por Mike Leigh, o júri - que inclui o diretor iraniano Asghar Farhadi, Urso de Ouro no ano passado com "A Separação" -, pode se basear na preferência do público ou eleger seu próprio filme, o que diminui o peso de qualquer previsão.

O diretor do festival, Dieter Kosslick, desenhou a lista dos filmes em competição como uma espécie de mapa geopolítico dos atuais conflitos, pendentes ou ultrapassados, como a Primavera Árabe - por exemplo.

Dentro deste olhar, o festival apresentou filmes como "Captive", que mostra a atriz Isabelle Huppert sendo sequestrada por terroristas islâmicos nas Filipinas, e "Cesare Deve Morire", dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani, que traz uma versão livre da peça Julio César, de William Shakespeare, encenada por detentos da prisão modelo de Ribibbia.

A explosão da Queda da Bastilha, a "mãe" das revoluções, também foi retratada com "Les Adieux à Reine", embora em uma versão light e sem guilhotinas. O dinamarquês "A Royal Affair" (En Kongelig Affaere) aliviou um pouco o peso desta temática ao trazer um magnífico retrato do iluminismo a partir de um amor palaciano.

"Optamos pelo cinema pequeno que diz muito, embora isso não seja um imã para atrair o grande público", afirmou Kosslick à Agência Efe. "Os nomes mais atrativos vieram de fora do concurso. Eles não necessitam nossa plataforma para serem apresentados no mundo todo", completou o diretor do festival.