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Arquitetos suíços e Ai Weiwei projetarão novo pavilhão da Serpentine

08/02/2012 09h56

Londres, 8 fev (EFE).- Os arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron e o artista e dissidente chinês Ai Weiwei trabalharão novamente juntos no design do pavilhão da Serpentine Gallery, em Londres, neste ano.

Esta colaboração acontece quatro anos após terem sido incumbidos da icônica estrutura do estádio olímpico de Pequim, conhecida como Ninho do Pássaro, projetado pelos arquitetos suíços com a assessoria artística de Ai Weiwei.

A diretora da galeria londrina, Julia Peyton-Jones, considerou esta nova parceria entre Herzog & De Meuron e Ai "extremamente emocionante" e ressaltou que representa ainda "um vínculo dos dois Jogos Olímpicos, o eixo Pequim-Londres".

Em declarações ao jornal britânico "The Guardian", Peyton-Jones afirmou que o trabalho dos três artistas será "a continuação de uma conversa que começou em Pequim" e que culminará no projeto do pavilhão da Serpentine, que cada ano fica a cargo de um artista diferente.

O pavilhão, que será concluído em junho, será o mais baixo já criado para a galeria, com um teto de apenas 1,5 metro de altura, o que não dificultará a passagem dos visitantes, visto que planeja-se cavar sob o chão.

Essa estrutura contará com 12 colunas, 11 em representação dos pavilhões anteriores e uma representando a atual, com um teto habilitado para coletar a água chuva e refletir o céu, e preparado para ser utilizado em eventos especiais, "como salão de festas ou plataforma suspensa sobre o parque", explicaram os arquitetos e o dissidente chinês.

Seus criadores indicaram em comunicado que o pavilhão será "o lugar perfeito para se sentar, ficar de pé, deitar ou descansar à sombra" e fará parte dos eventos organizados por Londres por ocasião dos Jogos Olímpicos de 2012, que começarão em 27 de julho.

Ai Weiwei, que com 54 anos é o artista conceitual chinês de maior repercussão mundial, enfrenta acusações de evasão fiscal e pornografia na China, que grupos de direitos humanos consideram uma represália do regime chinês por sua aberta dissensão política.

O artista foi detido em abril do ano passado pelas autoridades de Pequim sem acusações e ficou preso durante três meses por um suposto crime econômico.

Entre suas obras mais destacadas está a instalação preparada em outubro de 2010 para a Tate Modern, quando cobriu uma sala com mais de 100 milhões de "cachimbos" de porcelana, produzidos segundo os métodos tradicionais da antiga cidade chinesa de Jingdezhen, que fornecia porcelana à corte imperial.