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Paul Auster diz que não irá à Turquia enquanto houver jornalistas presos

O escritor e cineasta norte-americano Paul Auster (23/9/07) - Ander Gillenea/Getty Images
O escritor e cineasta norte-americano Paul Auster (23/9/07) Imagem: Ander Gillenea/Getty Images

30/01/2012 10h09

Ancara, 30 jan - O escritor americano Paul Auster, que acaba de publicar na Turquia seu livro "Winter Journal" (Diário de Inverno, em tradução livre), se recusou a visitar esse país em protesto pela prisão de mais de 100 jornalistas e escritores.

Auster expressou essa decisão em uma entrevista ao jornal turco "Hürriyet". "Não vou à Turquia por causa dos jornalistas e escritores presos", afirmou.

"Quantos são agora? Mais de 100? Nós nos libertamos dos Bush, de Dick Cheney [ex-vice-presidente americano], que deve ser julgado como criminoso de guerra. Mas o que está acontecendo na Turquia?", questionou.

Segundo as associações de jornalistas turcos, coordenadas pela Plataforma Liberdade para Jornalistas, as últimas detenções elevaram para 101 o número de profissionais presos na Turquia.

O governo de Ancara disse que esses jornalistas não estão presos pelo seu trabalho, mas por assassinatos, assédios ou por terem participado de conspirações contra o Executivo.

"A Turquia é o país que mais me preocupa. Não vou a países que não têm leis democráticas, mesmo que me convidem", esclareceu Auster.

"Pela mesma razão rejeito os convites da China. Protesto contra esses governos", concluiu o escritor.