Paul Auster diz que não irá à Turquia enquanto houver jornalistas presos
Ancara, 30 jan - O escritor americano Paul Auster, que acaba de publicar na Turquia seu livro "Winter Journal" (Diário de Inverno, em tradução livre), se recusou a visitar esse país em protesto pela prisão de mais de 100 jornalistas e escritores.
Auster expressou essa decisão em uma entrevista ao jornal turco "Hürriyet". "Não vou à Turquia por causa dos jornalistas e escritores presos", afirmou.
"Quantos são agora? Mais de 100? Nós nos libertamos dos Bush, de Dick Cheney [ex-vice-presidente americano], que deve ser julgado como criminoso de guerra. Mas o que está acontecendo na Turquia?", questionou.
Segundo as associações de jornalistas turcos, coordenadas pela Plataforma Liberdade para Jornalistas, as últimas detenções elevaram para 101 o número de profissionais presos na Turquia.
O governo de Ancara disse que esses jornalistas não estão presos pelo seu trabalho, mas por assassinatos, assédios ou por terem participado de conspirações contra o Executivo.
"A Turquia é o país que mais me preocupa. Não vou a países que não têm leis democráticas, mesmo que me convidem", esclareceu Auster.
"Pela mesma razão rejeito os convites da China. Protesto contra esses governos", concluiu o escritor.
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