Museu em Washington reúne acervo que conta cotidiano dos americanos
Washington, 30 jan - O Museu Nacional de História dos Estados Unidos, em Washington, conta com mais de três milhões objetos em seu acervo, que vão desde vestidos de gala usados pelas primeiras-damas do país até locomotivas que eram utilizadas no século 19.
A coleção da instituição é tão vasta que apenas entre 5% e 8% de suas peças estão expostas ao público. O restante está nos arquivos sob o cuidado de especialistas, que cuidam dos objetos para que eles possam ser exibidos aos visitantes.
Uma dessas pessoas é a restauradora Beth Richwine, que trabalha no momento para recuperar uma coleção de antigos uniformes de bombeiros. Sua missão é recuperar a cor original das roupas, enegrecidas pela passagem do tempo.
"O objetivo é evitar a deterioração e preservar objetos para futuras gerações", afirmou Richard Barden, responsável pelo serviço de conservação do museu.
Um dos acervos favoritos do público são as galerias dedicadas aos vestidos das primeiras-damas, que foram usados em muitas cerimônias de posse em Washington.
Outra galeria que faz sucesso é uma que reúne 900 objetos pessoais de 43 presidentes americanos, usados em cerimônias e em atos oficiais durante mais de 200 anos.
A instituição abriu suas portas ao público em janeiro de 1964, em plena Guerra Fria, com o nome de "Museu de História e Tecnologia", com o objetivo de mostrar os avanços nessas áreas, mas em 1980 mudou de nome para representar melhor sua atual missão, buscar objetos que refletem a vida dos americanos.
Um lugar especial no museu tem os sapatinhos vermelhos usados pela atriz que interpretou Dorothy na versão cinematográfica do filme o "Mágico de Oz", em 1939. A peça fica numa galeria que tem como tema a indústria do entretenimento americana após a Grande Depressão e antes da Segunda Guerra Mundial.
A diretora do escritório de relações públicas do museu, Elinda Machado, afirma que o filme "é uma história de esperança. Ele simboliza muitas coisas, como o futuro e de que não há lugar melhor do que o lar".
"Significa também que cada um de nós pode fazer o que desejar. Temos que ter fé", acrescentou Elinda.
Entre os objetos da cultura popular se destacam os bonecos criados por Jim Henson, entre eles um dos seus personagens mais populares, o sapo do seriado Muppets, conhecido como Caco ou Kremit.
Suas criações marcaram época durante os anos 60 e o fato delas estarem no museu, afirma Elinda, demonstra o talento e o engenho de um artista que superou fronteiras físicas e gerações. Muitos de seus personagens foram vistos por milhares de crianças, em programas que ganharam versões em todo o mundo, como a Vila Sésamo, no Brasil.
Criado em 1955 mas catapultado à fama em 1969, Kermit foi emprestado ao museu em 1979 para comemorar o décimo aniversário da Família Sésamo, mas em 1994 a Jim Henson Productions o presenteou à instituição para fazer parte da coleção.
"O fascinante é que o primeiro boneco ele fez com um casaco de sua mãe e uma bola de ping-pong", explicou.
O museu trabalha agora num grande projeto chamado "All Americans", que tratará do fenômeno migratório sob vários ângulos, incluindo a rejeição a alguns grupos. "É importante documentar toda a história", afirmou Elinda.
O próximo grande evento será a abertura de uma galeria dedicada à história de Hollywood, que incluirá lembranças de ícones dos anos 40 como Humphrey Bogart, Lauren Bacall e outros inesquecíveis artistas que fazem parte da história americana.
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