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Prêmio Rei da Espanha elege os melhores do jornalismo em 2011

12/01/2012 16h19

Madri, 12 jan (EFE).- Jornalistas do México, Bolívia, Brasil, Argentina e Equador foram premiados nesta quinta-feira com os Prêmios de Jornalismo Rei da Espanha em suas distintas categorias, enquanto um espanhol obteve o Prêmio Don Quixote.

Após três dias de deliberações em Madri, o júri dos Prêmios - liderado por Gonzalo Vega, diretor da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e Álex Grijelmo, presidente da Agência Efe -, elegeu entre 176 trabalhos de "excelente qualidade" os premiados desta 29º edição.

Entre os trabalhos premiados, uma crônica radial no estilo de suspense, uma emissão ao vivo de televisão, um desmistificador artigo jornalístico sobre o descobrimento do Novo Mundo, uma impactante fotografia, uma reportagem centrada no tráfico e um infográfico histórico.

No campo Ibero-americano, o júri premiou o jornalista e escritor boliviano Fernando Molina por seu artigo "Pensar Hispanoamérica: o início".

"Este artigo busca desmitificar a ideia que se veio enraizando na América Latina e, sobretudo, nas ilhas Caribe, que trata de desvendar a mais transcendente epopéia do século XV: o descobrimento do Novo Mundo", considerou o júri.

O programa de rádio "Made in Bajo Flores", que aborda sobre as atividades em oficinas clandestinas nos bairros pobres de Buenos Aires, obteve o Prêmio Rei da Espanha na categoria de Rádio.

"Decidi contá-lo quase como um policial, com sons ambiente e testemunhos verídicos, incluindo vítimas da exploração laboral e executivos das empresas", relatou à Agência Efe Alberto Emilio Recanatini, que dirigiu a equipe.

O fotógrafo brasileiro Wilton Júnior, do "O Estado de S. Paulo", levou o Prêmio nesta categoria por uma imagem que retrata a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Nesta, ela parece ser transpassada por uma espada empunhada um militar em uma cerimônia honrosa.

"A presidente estava em um momento muito difícil. Sempre me preocupou em fazer uma foto que possa sintetizar esse momento", explicou o premiado à Agência Efe.

Um programa transmitido ao vivo pela televisão equatoriana "Ecuavisa", "30 de septiembre: entre la vida y la muerte", que aborda a retenção do presidente Rafael Correa durante uma revolta policial ocorrida neste dia de 2010, rendeu aos autores, Héctor Hernán Higuera e Antonio Eduardo Narváez, o Prêmio na categoria de Televisão.

O júri avaliou, entre outros aspectos, o risco que os jornalistas correram para narrar o acontecimento ao vivo.

Higuera disse à agência Efe que o prêmio é "uma homenagem a toda a imprensa equatoriana, pública, privada e comunitária", além de uma prova de que "o jornalismo que fazemos no Equador é transparente".

Já os mexicanos Dalia Martínez e Humberto Padgett foram premiados pela reportagem "La República Marihuanera", realizada na região de Terra Quente, onde seus habitantes vivem do cultivo da maconha que enviam aos Estados Unidos.

Finalmente, na categoria de Jornalismo Digital, o prêmio foi para um especial multimídia publicado pelo site "clarin.com". Elaborado por uma equipe de profissionais dirigida pelo jornalista Pablo Loscri, o infográfico reconstrói virtualmente o julgamento contra as três primeiras juntas da ditadura argentina.

Em relação ao Prêmio Don Quixote, Ricardo Cantalapiedra, escritor e colunista do diário "El País", explicou à Agência Efe após conhecer a decisão, que leu essa obra de Cervantes "mais de trinta vezes, todos os anos uma vez".

Intitulado "Os seres queridos" e publicado dia 2 de janeiro de 2010 no "El País", o artigo do jornalista venceu o prêmio avaliado em 9 mil euros e arrancou elogios do júri, que destacou seu "ritmo, graça, soltura e espírito niilista".

Nesta oitava edição do Prêmio Don Quixote, a Agência Efe contou com o apoio da empresa pública TRAGSA, comprometida com a cooperação internacional espanhola, especialmente com a América Latina.