Escritor e ativista chinês Chen Wei é condenado a nove anos de prisão
O escritor e veterano ativista pró- democrático chinês Chen Wei foi condenado nesta sexta-feira (23) pelo Tribunal Popular Intermediário de Suining, em Sichuan, a nove anos de prisão por induzir revoltas contra o Estado, informaram seus advogados.
Em uma conversa telefônica com a Agência Efe, um dos advogados do escritor de 42 anos, Liang Xiaojun, disse que Chen não recorrerá da sentença, uma das mais severas deste ano por uma acusação relacionada à "Revolução de Jasmim", uma tentativa de reproduzir a "Primavera Árabe", que foi reprimida por Pequim.
A pena é similar a de outros presos políticos na China, como o Nobel da Paz Liu Xiaobo, condenado a 11 anos em 2009 e com o qual Chen colaborava frequentemente.
De acordo com Liang, os advogados não tiveram oportunidade de se reunir com Chen, e consideraram que a sentença, após uma audiência de duas horas e meia, já estava planejada.
O tribunal não permitiu que Chen Wei desse nenhuma declaração ao ler a sentença e foi levado para fora da sala pelos guardas de segurança enquanto gritava: "Não sou culpado, a democracia constitucional ganhará, a ditadura será vencida".
"Chen é inocente", indicou Liang, que considerou a sentença como um castigo contra a liberdade de expressão contida na Constituição chinesa.
O escritor e ativista criticou em artigos publicados na internet alguns aspectos da sociedade chinesa e explicou seu conceito de democracia, mas "não tinha nenhuma intenção de transgredir o poder contra o Estado", acrescentou o advogado.
A condenação se baseou na linguagem de quatro ensaios publicados entre março de 2009 e janeiro de 2011. Nos textos, considerados difamatórios, Chen se refere à "privação do pensamento e de crenças que o povo sofre" e "à violência que o Partido Comunista usa para controlar o povo".
Cerca de 200 veículos policiais bloquearam o acesso ao tribunal de Sichuan e os soldados prenderam dois dos ativistas que estavam na porta para apoiar o ativista, Duan Qixian e Zhang Wei, segundo a ONG Chinese Human Rights Defenders.
"Essa pena contra um ativista pela Revolução de Jasmim mostra que o governo chinês ainda está nervoso", afirmou Wang Songlian, investigadora da CHRD em comunicado.
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