Restauração do Palácio Guanabara revela detalhes da história do Brasil
(corrige segundo e terceiro parágrafos).
Carlos A. Moreno.
Rio de Janeiro, 14 dez (EFE).- Uma restauração no Palácio Guanabara, construção neoclássica do século XIX que pertenceu ao império brasileiro e foi residência presidencial por um breve período, trouxe à luz alguns detalhes arquitetônicos da história do Brasil.
Um piso de pedra da época em que o Palácio era residência da Princesa Isabel, filha do imperador Pedro II, e outro de azulejos portugueses do século XIX foram descobertos e restaurados em dois salões do prédio, atual sede do governo estadual do Rio de Janeiro.
A conservação do pavimento de pedras, construído provavelmente por escravos há um século e meio, exigiu a instalação de um falso piso de vidro em cima, que permite aos visitantes caminhar sobre a história e observar os detalhes da arquitetura imperial e da época da escravidão.
As restaurações foram exibidas à imprensa após dois anos de obras e serão apresentadas publicamente na quinta-feira, quando o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, abrirá oficialmente as portas do Palácio.
"O Palácio Guanabara é um patrimônio histórico e arquitetônico extraordinário que temos a alegria de devolver totalmente restaurado", afirmou o governador.
A obra, que teve um custo de R$ 19 milhões, foi financiada por empresas privadas graças a um programa de incentivos fiscais oferecido pelo governo.
A restauração incluiu a edificação, que ganhou novamente a cor ocre original, além dos móveis históricos, as obras de arte e os jardins desenhados pelo francês Paul Villon, que são praticamente uma extensão das florestas que sobem até a colina do Corcovado.
Entre os 92 móveis restaurados, a metade deles com detalhes dourados, estão alguns do período imperial e representam diferentes estilos.
Alguns foram adquiridos pelos imperadores brasileiros e outros pela República para decorar as instalações em que foram hospedados os reis Alberto e Elizabeth da Bélgica em 1920.
"O mais importante foi o descobrimento de pisos de duas épocas históricas diferentes escondidos por cimento durante alguma das cinco reformas anteriores pelas quais o Palácio passou", explicou à Agência Efe o arquiteto Eduardo Maselli, que supervisionou as obras.
O trabalho também permitiu a modernização do palácio com a construção de rampas e elevadores que garantem a mobilidade de deficientes físicos e a ocultação de instalações elétricas, hidráulicas e telefônicas que antes ficavam à vista.
O secretário da Casa Civil do estado do Rio, Regis Fichtner, assegura que o governo está buscando uma maneira para que o público possa conhecer o interior da edificação e suas obras de arte porque atualmente não é permitida a entrada de visitantes.
"É importante garantir as visitas porque no interior do Palácio Guanabara há obras de arte e ambientes ainda preservados de diferentes épocas", assegura o historiador Milton Teixeira, especialista em história do Rio de Janeiro.
O Palácio foi construído pelo comerciante português José Machado Coelho em 1853, três décadas depois que Pedro I declarou a independência do país, em 1822, e fora coroado como primeiro imperador do Brasil.
Anos depois, o Congresso adquiriu o prédio para que servisse como residência da princesa Isabel e de seu marido, Luis Filipe Gastão de Orleans, o conde D'Eu.
A princesa, reverenciada no país por ter assinado a Lei Áurea, que aboliu a escravidão (1888), residiu no Palácio até que abandonou o Brasil após a proclamação da República (1889).
Nos primeiros anos da República, o Palácio teve vários usos e inclusive serviu como quartel militar, até que em 1908 foi submetido a uma remodelação para acolher visitantes ilustres. Foi nesta primeira restauração quando se construíram a atual fachada e as escadas externas.
O Palácio foi residência particular dos presidentes brasileiros entre 1911 e 1949, ano em que foi transformado em sede da Prefeitura do Distrito Federal do Rio de Janeiro, então capital brasileira.
Em 1960, com a transferência da capital para Brasília, passou a ser sede do governo do estado da Guanabara, depois transformado em estado do Rio de Janeiro.
Carlos A. Moreno.
Rio de Janeiro, 14 dez (EFE).- Uma restauração no Palácio Guanabara, construção neoclássica do século XIX que pertenceu ao império brasileiro e foi residência presidencial por um breve período, trouxe à luz alguns detalhes arquitetônicos da história do Brasil.
Um piso de pedra da época em que o Palácio era residência da Princesa Isabel, filha do imperador Pedro II, e outro de azulejos portugueses do século XIX foram descobertos e restaurados em dois salões do prédio, atual sede do governo estadual do Rio de Janeiro.
A conservação do pavimento de pedras, construído provavelmente por escravos há um século e meio, exigiu a instalação de um falso piso de vidro em cima, que permite aos visitantes caminhar sobre a história e observar os detalhes da arquitetura imperial e da época da escravidão.
As restaurações foram exibidas à imprensa após dois anos de obras e serão apresentadas publicamente na quinta-feira, quando o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, abrirá oficialmente as portas do Palácio.
"O Palácio Guanabara é um patrimônio histórico e arquitetônico extraordinário que temos a alegria de devolver totalmente restaurado", afirmou o governador.
A obra, que teve um custo de R$ 19 milhões, foi financiada por empresas privadas graças a um programa de incentivos fiscais oferecido pelo governo.
A restauração incluiu a edificação, que ganhou novamente a cor ocre original, além dos móveis históricos, as obras de arte e os jardins desenhados pelo francês Paul Villon, que são praticamente uma extensão das florestas que sobem até a colina do Corcovado.
Entre os 92 móveis restaurados, a metade deles com detalhes dourados, estão alguns do período imperial e representam diferentes estilos.
Alguns foram adquiridos pelos imperadores brasileiros e outros pela República para decorar as instalações em que foram hospedados os reis Alberto e Elizabeth da Bélgica em 1920.
"O mais importante foi o descobrimento de pisos de duas épocas históricas diferentes escondidos por cimento durante alguma das cinco reformas anteriores pelas quais o Palácio passou", explicou à Agência Efe o arquiteto Eduardo Maselli, que supervisionou as obras.
O trabalho também permitiu a modernização do palácio com a construção de rampas e elevadores que garantem a mobilidade de deficientes físicos e a ocultação de instalações elétricas, hidráulicas e telefônicas que antes ficavam à vista.
O secretário da Casa Civil do estado do Rio, Regis Fichtner, assegura que o governo está buscando uma maneira para que o público possa conhecer o interior da edificação e suas obras de arte porque atualmente não é permitida a entrada de visitantes.
"É importante garantir as visitas porque no interior do Palácio Guanabara há obras de arte e ambientes ainda preservados de diferentes épocas", assegura o historiador Milton Teixeira, especialista em história do Rio de Janeiro.
O Palácio foi construído pelo comerciante português José Machado Coelho em 1853, três décadas depois que Pedro I declarou a independência do país, em 1822, e fora coroado como primeiro imperador do Brasil.
Anos depois, o Congresso adquiriu o prédio para que servisse como residência da princesa Isabel e de seu marido, Luis Filipe Gastão de Orleans, o conde D'Eu.
A princesa, reverenciada no país por ter assinado a Lei Áurea, que aboliu a escravidão (1888), residiu no Palácio até que abandonou o Brasil após a proclamação da República (1889).
Nos primeiros anos da República, o Palácio teve vários usos e inclusive serviu como quartel militar, até que em 1908 foi submetido a uma remodelação para acolher visitantes ilustres. Foi nesta primeira restauração quando se construíram a atual fachada e as escadas externas.
O Palácio foi residência particular dos presidentes brasileiros entre 1911 e 1949, ano em que foi transformado em sede da Prefeitura do Distrito Federal do Rio de Janeiro, então capital brasileira.
Em 1960, com a transferência da capital para Brasília, passou a ser sede do governo do estado da Guanabara, depois transformado em estado do Rio de Janeiro.
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