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Exposição em Buenos Aires mostra intimidade e fama de Mercedes Sosa

Cantora argentina Mercedes Sosa durante a apresentação em Tel Aviv, em outubro de 2008 - EFE
Cantora argentina Mercedes Sosa durante a apresentação em Tel Aviv, em outubro de 2008 Imagem: EFE

Maricel Seeger

02/12/2011 09h32

Buenos Aires, 2 dez (EFE).- Fotos com líderes políticos e artistas, imagens inéditas de seu dia-a-dia e até relatos sobre uma bomba desativada antes de uma apresentação fazem parte da mostra organizada em Buenos Aires sobre a trajetória da cantora argentina Mercedes Sosa, "a voz da América Latina".

A exposição "Mercedes Sosa. Um povo em minha voz", aberta nesta sexta-feira na Casa Nacional do Bicentenário, também recria o estúdio musical desta apaixonada pelo canto, com seu tradicional bumbo, um piano que conservava em sua casa e letras de canções com anotações pessoais.

Também são exibidos discos de ouro e platina da "Negra" Sosa, alguns de seus ponchos, marca do seu estilo, retratos a óleo da cantora pintados por artistas como Antonio Berni e fotografias tiradas pela alemã Annemarie Heinrich, além de desenhos e mensagens de diversas personalidades.

"A mostra gira em torno do show que fez no Olympia de Paris em 1979, durante seu exílio na capital francesa; o que protagonizou no Teatro Opera de Buenos Aires, em 1982, como símbolo de seu retorno; e o do Lincoln Center, em Nova York, que representou sua consagração nas grandes salas", explicou à Agência Efe o curador da exposição, Álvaro Rufiner.

O ciclo é fechado com fotos, vídeos e detalhes dos shows que a cantora fez em 2001 em um povoado de 400 habitantes da província de Jujuy, "como símbolo de seu retorno ao interior do país".

Também há destaque para os cartazes sobre suas apresentações em Brasil, Japão, Alemanha, França, México e Estados Unidos, entre eles um do final dos anos 50 em sua província natal, Tucumán, em que se apresenta sob o pseudônimo Gladys Osorio "para que seu pai não soubesse", disse Rufiner.

Entre os documentos do recital no Teatro Opera de Buenos Aires em 1982, um ano antes do fim da ditadura militar, está o escrito pelo chefe de segurança da época, revelando detalhes sobre a desativação de uma bomba na sala momentos antes do show.

Como parte do arquivo pessoal da artista, que faleceu em 2009, há condecorações recebidas em diversos países, além de fotografias em que aparece cantando para sua neta dormir e outras em que toma banho em um rio e dança folclore.

Também não faltam imagens com diversas personalidades, como o papa João Paulo II, o presidente israelense, Shimon Peres, o músico Sting e o tenor Luciano Pavarotti, com quem cantou em 1999 para 30 mil pessoas no estádio La Bombonera.

"Obrigado, Mercedes. Aquela que cantou para a vida permanece nos quatro cantos da nossa América", disse o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva em uma das mensagens de políticos e artistas que são exibidas na mostra.

A exposição também oferece um olhar sobre o compromisso político de Sosa, que dizia que "as revoluções são feitas na consciência de todos, e não com armas de poucos". EFE