Topo

SPFW faz transição rumo ao autêntico e genuíno

Agencia EFE

10/11/2011 00h48

Angélica De Diego.

São Paulo, 10 nov (EFE).- A São Paulo Fashion Week (SPFW), que terminou na última sexta-feira após cinco dias de desfiles, trouxe novas marcas que cada vez se especializam mais e redes de 'fast-fashion' (moda rápida) às passarelas, afirmaram especialistas nesta segunda-feira sobre as últimas tendências do setor.

A 38ª edição do evento refletiu também "a transformação que está ocorrendo na indústria no Brasil", afirmou à Agência Efe a renomada empresária e consultora de moda Costanza Pascolato.

Ela ressaltou que na indústria da moda "se começa a exigir que cada marca e estilista se concentrem em dar o melhor a seu 'consumidor-nicho' e que cada criador evolua se dedicando a apresentar o que melhor sabe fazer".

Como é habitual no Brasil a semana contou com famosas modelos e atrizes, que iluminaram os desfiles e trouxeram glamour às passarelas.

A presença de Giselle Bündchen, Carol Trentini, Michele Alves e Laura Neiva não ofuscou os desfiles de Colcci, TNG e Ellus, que conseguiram transmitir ao público o poder se seus designs de roupa casual com ares de tribos urbanas.

Em um esforço para potenciar a qualidade e presença do evento, o diretor Paulo Borges e sua equipe conseguiram dotar a cobertura de lona com um ambiente divertido e acolhedor, com comidas especiais, como a excelente paella e o delicioso presunto de jabugo da 'truck-food' da Paellas Pepe.

A passarela também compartilhou a proposta do espaço de O Boticário, que contou de manhã e à tarde com intermináveis filas de pessoas desejosas em testar as últimas tendências de maquiagem profissional.

Os olhares estiveram voltados às marcas que se apresentavam pela primeira vez nesta passarela, como Apartamento 03 e PatBo de Patricia Bonaldi, estilista e jovem empreendedora do setor da moda, que criou a Nohda, um conglomerado de quatro marcas que visa lançar essas linhas de roupas no exterior.

Uma evidência dessa transformação da moda no Brasil é também a idealização do Fashion Rio como um evento voltado à moda praia e banho, com uma única temporada, o que sem dúvida deu um conteúdo mais forte e coeso à SPFW, com a presença pela primeira vez de marcas cariocas.

Eventos oficiais como a apresentação da coleção de Stella McCartney em parceria com a C&A, ou o exuberante desfile apresentado no Parque Ibirapuera de Donatella Versace para a Riachuelo colocaram também no ponto de mira as redes de 'fast-fashion' brasileiras.

Para a 'eminência' da moda Costanza Pascolato "a colaboração de marcas de luxo internacionais com redes de roupas populares é um processo natural no mundo da moda hoje em dia. O que está ocorrendo agora no Brasil é o que aconteceu na Europa dez ou 15 anos atrás".

As passarelas memoráveis da SPFW incluem os desfiles de Alexander Herchcovitch que conseguiu uma simbiose perfeita de materiais tecnológicos, como o poliéster esportivo e a borracha, com 'looks' clássicos e muito femininos.

O estilista, que é grande defensor da moda de seu país, apresentou na coleção os sapatos 'Flower Boot' em colaboração com a Melissa, que já se transformaram em objeto de desejo de seguidoras e 'fashionistas'.

A marca mineira GIG apostou na apresentação de uma autêntica coleção "made in Brasil", com sofisticadas peças em tricô e impressos geométricos de inspiração oriental com acabamento em alto relevo, graças ao uso de uma moderna maquina já testada por gigantes da moda como Dior e Prada.

Se os criadores brasileiros estão cada vez mais unidos em mostrar uma autêntica e genuína moda nacional, resta apenas o público convidado à passarela aderir aos interessantes desenhos que há no país.