Produtor de "Xingu", Fernando Meirelles questiona modelo de progresso do país
Marta Berard.
Manaus, 4 nov (EFE).- Os criadores do filme "Xingu", que aborda a luta pela preservação da cultura indígena na Amazônia, questionaram nesta sexta-feira o modelo de desenvolvimento e uso dos recursos naturais no Brasil.
Em entrevista coletiva na cidade de Manaus, o produtor Fernando Meirelles destacou a atualidade da temática do filme em um país que debate a reforma do Código Florestal, polêmico projeto de lei que propõe a extensão de terras cultiváveis e que é rejeitado por ecologistas.
Além disso, criticou a represa de Belo Monte, que começou a ser construída em março no rio Xingu. "Para mim o problema desta usina e das que virão em seguida é que trazem um progresso para o qual não estamos preparados, trazem um crescimento violento e desordenado", disse.
Na opinião de Meirelles, a energia gerada pela hidrelétrica, com um máximo de 11.233 megawatts de potência, servirá para "alimentar a indústria da celulose, do aço e do alumínio".
"Eu não considero saudável esse tipo de progresso", comentou o diretor, destacando que se trata de seu ponto de vista pessoal.
O filme "Xingu", que estreou ontem na abertura da oitava edição do Amazonas Film Festival, conta as aventuras dos irmãos Claudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas durante uma expedição para proteger índios - que culminaram na criação do Parque Nacional do Xingu.
Com um custo de R$ 15 milhões, o filme foi muito bem recebido pelo público do festival.
O diretor Cao Hamburger disse que além de contar a história dos Villas-Bôas, uma das principais motivações do relato foi "a atualidade e a importância" do tema do filme.
"Nós estamos escolhendo que tipo de progresso queremos no Brasil. É um modelo antigo, não sei se é errado, mas é velho, baseado na Revolução Industrial", declarou Hamburger.
O diretor acrescentou que durante a fase de pesquisa para o filme, que durou um ano, pôde comprovar o elevado grau de preconceitos que os brasileiros têm em relação aos povos indígenas e expressou sua esperança em que a presidente Dilma Rousseff veja e goste do filme. EFE
Manaus, 4 nov (EFE).- Os criadores do filme "Xingu", que aborda a luta pela preservação da cultura indígena na Amazônia, questionaram nesta sexta-feira o modelo de desenvolvimento e uso dos recursos naturais no Brasil.
Em entrevista coletiva na cidade de Manaus, o produtor Fernando Meirelles destacou a atualidade da temática do filme em um país que debate a reforma do Código Florestal, polêmico projeto de lei que propõe a extensão de terras cultiváveis e que é rejeitado por ecologistas.
Além disso, criticou a represa de Belo Monte, que começou a ser construída em março no rio Xingu. "Para mim o problema desta usina e das que virão em seguida é que trazem um progresso para o qual não estamos preparados, trazem um crescimento violento e desordenado", disse.
Na opinião de Meirelles, a energia gerada pela hidrelétrica, com um máximo de 11.233 megawatts de potência, servirá para "alimentar a indústria da celulose, do aço e do alumínio".
"Eu não considero saudável esse tipo de progresso", comentou o diretor, destacando que se trata de seu ponto de vista pessoal.
O filme "Xingu", que estreou ontem na abertura da oitava edição do Amazonas Film Festival, conta as aventuras dos irmãos Claudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas durante uma expedição para proteger índios - que culminaram na criação do Parque Nacional do Xingu.
Com um custo de R$ 15 milhões, o filme foi muito bem recebido pelo público do festival.
O diretor Cao Hamburger disse que além de contar a história dos Villas-Bôas, uma das principais motivações do relato foi "a atualidade e a importância" do tema do filme.
"Nós estamos escolhendo que tipo de progresso queremos no Brasil. É um modelo antigo, não sei se é errado, mas é velho, baseado na Revolução Industrial", declarou Hamburger.
O diretor acrescentou que durante a fase de pesquisa para o filme, que durou um ano, pôde comprovar o elevado grau de preconceitos que os brasileiros têm em relação aos povos indígenas e expressou sua esperança em que a presidente Dilma Rousseff veja e goste do filme. EFE
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