Drama chinês debate Aids no Festival de Roma
Sara Rojas.
Roma, 2 nov (EFE).- O filme chinês "Love for Life", que conta a história de amor proibido entre dois jovens chineses portadores do vírus da Aids, comoveu o público do 6º Festival Internacional de Cinema de Roma, onde compete pelo prêmio Marco Aurélio de Ouro.
Ambientado no final dos anos 1980 e início dos 1990, quando a doença ainda era pouco conhecida entre a população, o longa tem como ponto de partida um negócio ilícito de compra e venda de sangue, que contamina boa parte dos cidadãos de um pequeno povoado na China.
Ao lado do diretor Gu Changwei, a protagonista Zhang Ziyi ("O Tigre e o Dragão") chegou nesta quarta-feira à capital italiana para falar do filme que contou com o trabalho de diversos portadores da doença. Em entrevista coletiva, a atriz disse que "a Aids não assusta tanto como as pessoas imaginam".
"Havia muito contato com os pacientes e, para mim, foi uma experiência maravilhosa, muito construtiva. Acho também que, para o grande público, que não sabe muito sobre esta comunidade, será uma ocasião maravilhosa para conhecê-la melhor", acrescentou.
Zhang disse ainda que "Love for life" representa "o sentimento humano sem rótulos nacionais ou étnicos" e que, embora se sinta fascinada pela indústria de Hollywood, prefere seguir atuando em produções em sua língua materna e gravadas em seu país.
Gu Changwei, que já participou de obras como "Adeus, Minha Concubina" (1993) e "Outono em Nova York" (2000), explicou que o negócio ilegal de sangue humano foi um acontecimento real ao longo das últimas décadas do século XX.
O cineasta explicou que a realização desta produção foi muito difícil e delicada, devido ao assunto em si e às cenas de sexo. "O discurso da Aids é quase tabu na China. Quando alguém se revela soropositivo, automaticamente é isolado. Nós queríamos mostrar nosso apoio e solidariedade".
Changwei levou cinco anos para filmar "Love for life". Durante esse período, enfrentou a censura chinesa em "situações complicadas e insuportáveis". "A verdade é que, quanto mais difícil era para nós, mais eu me convencia de que precisava contar esta história para o grande público", ressaltou o diretor, que espera que "o cinema chinês seja mais aberto e mais livre".
O sétimo dia do 6º Festival Internacional de Cinema de Roma teve também a exibição de "La Kryptonite Nella Borsa", um filme italiano baseado em um livro homônimo, que narra a história de uma peculiar família napolitana dos anos 1970. Tanto seu diretor, Ivan Cotroneo, como os protagonistas compareceram ao evento, onde seu filme foi recebido com risos e prolongados aplausos.
O festival italiano concluiu nesta quarta-feira a seleção oficial para concurso, da qual competem - além de "Love for Life" e "La Kryptonite Nella Borsa" - outros 13 filmes, dentre eles a produção hispano-argentina "Um Conto Chinês". EFE
Roma, 2 nov (EFE).- O filme chinês "Love for Life", que conta a história de amor proibido entre dois jovens chineses portadores do vírus da Aids, comoveu o público do 6º Festival Internacional de Cinema de Roma, onde compete pelo prêmio Marco Aurélio de Ouro.
Ambientado no final dos anos 1980 e início dos 1990, quando a doença ainda era pouco conhecida entre a população, o longa tem como ponto de partida um negócio ilícito de compra e venda de sangue, que contamina boa parte dos cidadãos de um pequeno povoado na China.
Ao lado do diretor Gu Changwei, a protagonista Zhang Ziyi ("O Tigre e o Dragão") chegou nesta quarta-feira à capital italiana para falar do filme que contou com o trabalho de diversos portadores da doença. Em entrevista coletiva, a atriz disse que "a Aids não assusta tanto como as pessoas imaginam".
"Havia muito contato com os pacientes e, para mim, foi uma experiência maravilhosa, muito construtiva. Acho também que, para o grande público, que não sabe muito sobre esta comunidade, será uma ocasião maravilhosa para conhecê-la melhor", acrescentou.
Zhang disse ainda que "Love for life" representa "o sentimento humano sem rótulos nacionais ou étnicos" e que, embora se sinta fascinada pela indústria de Hollywood, prefere seguir atuando em produções em sua língua materna e gravadas em seu país.
Gu Changwei, que já participou de obras como "Adeus, Minha Concubina" (1993) e "Outono em Nova York" (2000), explicou que o negócio ilegal de sangue humano foi um acontecimento real ao longo das últimas décadas do século XX.
O cineasta explicou que a realização desta produção foi muito difícil e delicada, devido ao assunto em si e às cenas de sexo. "O discurso da Aids é quase tabu na China. Quando alguém se revela soropositivo, automaticamente é isolado. Nós queríamos mostrar nosso apoio e solidariedade".
Changwei levou cinco anos para filmar "Love for life". Durante esse período, enfrentou a censura chinesa em "situações complicadas e insuportáveis". "A verdade é que, quanto mais difícil era para nós, mais eu me convencia de que precisava contar esta história para o grande público", ressaltou o diretor, que espera que "o cinema chinês seja mais aberto e mais livre".
O sétimo dia do 6º Festival Internacional de Cinema de Roma teve também a exibição de "La Kryptonite Nella Borsa", um filme italiano baseado em um livro homônimo, que narra a história de uma peculiar família napolitana dos anos 1970. Tanto seu diretor, Ivan Cotroneo, como os protagonistas compareceram ao evento, onde seu filme foi recebido com risos e prolongados aplausos.
O festival italiano concluiu nesta quarta-feira a seleção oficial para concurso, da qual competem - além de "Love for Life" e "La Kryptonite Nella Borsa" - outros 13 filmes, dentre eles a produção hispano-argentina "Um Conto Chinês". EFE
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