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Festival de Roma realiza 4º dia de exibições na Itália

30/10/2011 18h53

Roma, 30 out (EFE).- A atriz britânica Charlotte Rampling apresentou neste domingo no VI Festival Internacional de Cinema de Roma o filme "The Eye of the Storm" ("O olho da tempestade", em tradução livre), no qual interpreta uma idosa rica que vive seus últimos dias prostrada em seu leito de morte.

O fime, dirigido por Fred Schepisi, é um dos 15 longas-metragens que concorrem neste ano ao Prêmio Marc'Aurelio do festival italiano, e consegue reunir três grandes atores: a própria Charlotte, o ganhador de um Oscar Greoffrey Rush e Judy Davis, que ganhou o Emmy três vezes.

Ambientado na década de 70, o filme aborda conflitos familiares destes três personagens, que se reencontram forçadamente na casa onde passaram sua infância após muitos anos sem ter notícias uns dos outros.

Charlotte, que no filme adota um aspecto de idosa debilitada e incapaz de se levantar da cama, chegou neste domingo a Roma junto com o diretor do filme para apresentar sua personagem.

Segundo a intérprete, é preciso entender o contexto deste personagem "complicado" e "amargo", que vive na época em que "as mulheres começavam a ser independentes e tentavam dar liberdade total a seus filhos".

Charlotte elogiou Schepi por ter centrado a trama em uma mulher idosa politicamente incorreta e a ponto de morrer: "É uma escolha muito arriscada e muito corajosa", comentou.

Já Schepi aproveitou sua participação no festival de Roma para defender a atitude da protagonista: "Se fosse um homem, seu comportamento não teria recebido tantas críticas, mas como é uma mulher, quebra a lógica. A única coisa que ela defende são os direitos das mulheres".

A quarta edição do Festival de Roma contou também com a apresentação do filme "The Woman in the Fifth", dirigido pelo polonês Pawel Pawlikowski e protagonizado por Ethan Hawke e Kristin Scott Thomas.

A coprodução entre França e Polônia narra a história do escritor Tom Ricks (Hawke), que retorna desesperadamente a Paris para tentar recuperar o amor de sua mulher e de sua filha. Diante da rejeição das duas, se instala em um hotel do subúrbio parasiense, onde conhece uma elegante e misteriosa mulher chamada Margit (Kristin) com quem começa uma estranha aventura na qual ambos prometem não falar sobre o passado.

Tanto o diretor, Pawlikowski, como os dois grandes protagonistas, Hawke e Kristin, viajaram a Roma para apresentar o filme, que foi recebido com desconcerto pela crítica.

"Não queria fazer nem um filme naturalista nem um totalmente imaginário. O importante era deixar claro que a fronteira entre a realidade e a ficção é muito difusa", comentou Pawkikowski, antes de reconhecer que os protagonistas são "perfeitos" para contar esta história.

Já Kristin dedicou muitos elogios a Pawlikowski e destacou a "grandeza" de seu método de trabalho, baseado no diálogo e na cooperação entre os atores e o diretor.

"Ir criando pouco a pouco este personagem tão complicado me ajudou muito. Graças à cooperação entre nós pude ir traçando o perfil de Margit, e trabalhar assim é muito estimulante para uma atriz", ressaltou.

Hawke, que chegou depois à da entrevista coletiva por causa de um atraso em seu voo, concordou com a colega de elenco e disse que "contribuir com a criação de um filme faz com que não só tenha importância para o diretor, mas também para o próprio ator".