Assassino de John Kennedy ganha biografia
Ignacio Ortega.
Moscou, 28 out (EFE).- Lee Harvey Oswald viveu durante dois anos e meio em Minsk sob vigilância da KGB (serviço secreto da antiga União Soviética), que primeiro o considerou um espião da CIA (agência de inteligência americana) e depois como incapaz de matar o presidente americano John F. Kennedy, informou à Agência Efe o jornalista bielorrusso Aleksandr Lukashuk.
"No início a KGB suspeitava dele, depois concluiu que não era um bom comunista, já que era preguiçoso e pouco disciplinado. E finalmente decidiu que não representava nenhum perigo para a segurança estatal", disse o autor do livro "O Efeito Borboleta" (em tradução literal).
Lukashuk, de 55 anos, tentou reconstruir a atmosfera opressora que rodeou a vida de Oswald durante sua estadia na cidade à qual foi enviado pelo KGB em janeiro de 1960.
"Ele foi seguido desde que pisou na cidade. Nos relatórios é possível ver uma descrição detalhada do que fazia, onde ia e com quem se relacionava. Tudo está gravado. Além disso, famílias e conhecidos deviam informar todos seus passos", afirmou o jornalista que teve acesso ao diário escrito de próprio punho por Oswald e aos relatórios secretos dos agentes soviéticos.
Os relatórios revelam que quando o militar se casou, a KGB colocou escutas em seu apartamento e seu diário revela "uma pessoa convencida de sua missão histórica" que vê o mundo durante a Guerra Fria de dois prismas diferentes: Estados Unidos e União Soviética.
"Seus companheiros de trabalho e vizinhos ainda se lembram dele e não acreditam que tenha matado Kennedy. Guardam uma boa lembrança dele. Dizem que era uma pessoa incapaz de cometer tal ação", comentou Lukashuk.
Oswald chegou a Moscou vindo de Helsinque em 16 de outubro de 1959, se hospedou no hotel Berlim e, quase imediatamente, informou à embaixada dos EUA na capital soviética que queria renunciar à nacionalidade americana.
"Chegou a solicitar a cidadania soviética, mas a negaram. Inclusive encenou uma tentativa de suicídio cortando levemente as veias, motivo pelo qual foi internado em uma clínica para doentes mentais", acrescentou o jornalista.
A KGB acreditava que Oswald era o protagonista de um experimento com o qual a CIA queria testar a permeabilidade da sociedade soviética. "Então, lhe deram um visto de um ano e lhe enviaram a Belarus, uma república com boas condições de vida, mas completamente isolada do mundo exterior. Ele perguntou: Onde fica Minsk? Na Sibéria?", contou Lukashuk.
Aos 19 anos, quando viajou à URSS chegando a falar russo de maneira fluente, Oswald trabalhou em uma fábrica de rádios e aparelhos de televisão de Minsk, onde se casou com a enfermeira Marina Prusakova, que vive atualmente nos EUA.
O desertor americano chegou à URSS como um comunista convencido, mas se decepcionou logo. Segundo o autor de sua biografia, ele se cansou da vida de cidadão soviético. "Contava em seu diário que nos refeitórios havia sempre o mesmo menu, que seus vizinhos não comem nem verduras nem frutas, e que não há nada para fazer durante às tardes, só reuniões políticas e bailes", revelou.
Não foi fácil para o ex-fuzileiro naval abandonar o país soviético, mas depois de um ano de espera a embaixada americana lhe permitiu voltar à sua pátria em junho de 1962. "Um de seus melhores amigos em Minsk era Aleksandr Ziger, que aconselhou Oswald para que retornasse aos EUA, já que tinha certeza que a URSS não era seu lugar", declarou o escritor.
Lukashuk conta em seu livro que a mãe de Oswald viajou para Washington, onde foi recebido por um funcionário da Casa Branca que lhe disse que o Governo americano não tinha instruído nem enviado seu filho à União Soviética.
Tanto a KGB soviética como sua filial bielorrussa sempre questionaram se Oswald seria capaz de realizar por sua própria conta e risco o assassinato do presidente americano John F. Kennedy, em Dallas, no dia 22 de novembro de 1963.
"Ainda hoje ninguém sabe com certeza se ele era um agente da CIA ou um espião comunista. Lee Harvey Oswald continua sendo um mistério, mas, seja como for, ele entrou pra história", concluiu Lukashuk.
Moscou, 28 out (EFE).- Lee Harvey Oswald viveu durante dois anos e meio em Minsk sob vigilância da KGB (serviço secreto da antiga União Soviética), que primeiro o considerou um espião da CIA (agência de inteligência americana) e depois como incapaz de matar o presidente americano John F. Kennedy, informou à Agência Efe o jornalista bielorrusso Aleksandr Lukashuk.
"No início a KGB suspeitava dele, depois concluiu que não era um bom comunista, já que era preguiçoso e pouco disciplinado. E finalmente decidiu que não representava nenhum perigo para a segurança estatal", disse o autor do livro "O Efeito Borboleta" (em tradução literal).
Lukashuk, de 55 anos, tentou reconstruir a atmosfera opressora que rodeou a vida de Oswald durante sua estadia na cidade à qual foi enviado pelo KGB em janeiro de 1960.
"Ele foi seguido desde que pisou na cidade. Nos relatórios é possível ver uma descrição detalhada do que fazia, onde ia e com quem se relacionava. Tudo está gravado. Além disso, famílias e conhecidos deviam informar todos seus passos", afirmou o jornalista que teve acesso ao diário escrito de próprio punho por Oswald e aos relatórios secretos dos agentes soviéticos.
Os relatórios revelam que quando o militar se casou, a KGB colocou escutas em seu apartamento e seu diário revela "uma pessoa convencida de sua missão histórica" que vê o mundo durante a Guerra Fria de dois prismas diferentes: Estados Unidos e União Soviética.
"Seus companheiros de trabalho e vizinhos ainda se lembram dele e não acreditam que tenha matado Kennedy. Guardam uma boa lembrança dele. Dizem que era uma pessoa incapaz de cometer tal ação", comentou Lukashuk.
Oswald chegou a Moscou vindo de Helsinque em 16 de outubro de 1959, se hospedou no hotel Berlim e, quase imediatamente, informou à embaixada dos EUA na capital soviética que queria renunciar à nacionalidade americana.
"Chegou a solicitar a cidadania soviética, mas a negaram. Inclusive encenou uma tentativa de suicídio cortando levemente as veias, motivo pelo qual foi internado em uma clínica para doentes mentais", acrescentou o jornalista.
A KGB acreditava que Oswald era o protagonista de um experimento com o qual a CIA queria testar a permeabilidade da sociedade soviética. "Então, lhe deram um visto de um ano e lhe enviaram a Belarus, uma república com boas condições de vida, mas completamente isolada do mundo exterior. Ele perguntou: Onde fica Minsk? Na Sibéria?", contou Lukashuk.
Aos 19 anos, quando viajou à URSS chegando a falar russo de maneira fluente, Oswald trabalhou em uma fábrica de rádios e aparelhos de televisão de Minsk, onde se casou com a enfermeira Marina Prusakova, que vive atualmente nos EUA.
O desertor americano chegou à URSS como um comunista convencido, mas se decepcionou logo. Segundo o autor de sua biografia, ele se cansou da vida de cidadão soviético. "Contava em seu diário que nos refeitórios havia sempre o mesmo menu, que seus vizinhos não comem nem verduras nem frutas, e que não há nada para fazer durante às tardes, só reuniões políticas e bailes", revelou.
Não foi fácil para o ex-fuzileiro naval abandonar o país soviético, mas depois de um ano de espera a embaixada americana lhe permitiu voltar à sua pátria em junho de 1962. "Um de seus melhores amigos em Minsk era Aleksandr Ziger, que aconselhou Oswald para que retornasse aos EUA, já que tinha certeza que a URSS não era seu lugar", declarou o escritor.
Lukashuk conta em seu livro que a mãe de Oswald viajou para Washington, onde foi recebido por um funcionário da Casa Branca que lhe disse que o Governo americano não tinha instruído nem enviado seu filho à União Soviética.
Tanto a KGB soviética como sua filial bielorrussa sempre questionaram se Oswald seria capaz de realizar por sua própria conta e risco o assassinato do presidente americano John F. Kennedy, em Dallas, no dia 22 de novembro de 1963.
"Ainda hoje ninguém sabe com certeza se ele era um agente da CIA ou um espião comunista. Lee Harvey Oswald continua sendo um mistério, mas, seja como for, ele entrou pra história", concluiu Lukashuk.
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