Morre Leon Cakoff, fundador da Mostra de Cinema de São Paulo
São Paulo, 14 out (EFE).- O cineasta Leon Cakoff, fundador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e reconhecido por seus esforços em burlar a censura da ditadura militar com a intenção de trazer ao país o cinema mundial, faleceu nesta sexta-feira aos 69 anos.
Cakoff morreu em um hospital de São Paulo depois de ficar duas semanas internado por causa de complicações causadas por um melanoma que tinha gerado metástase, segundo um comunicado da organização da mostra.
Nascido Leon Chadarevian, em Aleppo (Síria), em 1948, Cakoff chegou ao Brasil com oito anos e se formou na Escola de Sociologia e Política paulista quando adotou o pseudônimo devido a um incidente durante a ditadura, durante a qual foi militante.
Ele começou sua carreira em 1969 como crítico cinematográfico e, em 1974, passou a dirigir o Departamento de Cinema do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Foi em 1977, no 30º aniversário do Masp, que organizou a primeira edição da atual Mostra Internacional de Cinema e criou o Prêmio do Público, marco que a imprensa da época qualificou como "o único lugar onde se pode votar no país".
Pelo Festival passaram os trabalhos de autores como Wim Wenders, Manoel de Oliveira, Abbas Kiarostami, Amos Gitai, Dennis Hopper, Jafar Panahi, Emir Kusturica e Pedro Almodóvar, entre outros.
O diretor Walter Salles, disse que a história do Festival é "o relato de uma batalha constante contra a censura, as leis arbitrárias, o desinteresse pela cultura e, por fim, uma luta pela criação e preservação de uma memória coletiva".
Cakoff, que também foi diretor, produtor e distribuidor, era casado com Renata de Almeida, com quem teve dois filhos. Ele deixa outros dois filhos de um casamento anterior.
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