Descoberta revela que Leonardo da Vinci também era destro
Roma, 12 out (EFE).- Uma assinatura de Leonardo da Vinci feita com a mão direita foi descoberta no Arquivo de Estado de Milão, em um documento notarial com data de 25 de abril de 1483, confirmou nesta quarta-feira à Agência Efe a diretora do estabelecimento, María Barbara Bertini.
O artista costumava assinar suas obras com a mão esquerda, para que só pudessem ser lidas diante de um espelho, por isso a descoberta do documento assinado com a mão direita é "extraordinária".
"O documento estava em nossos arquivos, onde conservamos 58 mil listas notariais, e foi exposto em diversas ocasiões, em 1910, 1939 e em 2005", disse Maria.
No entanto, a diretora do Arquivo explicou que a assinatura só foi descoberta neste momento porque "o documento estava muito deteriorado" e só recentemente foi submetido a um processo de restauração.
No texto, com "palavras misturadas" - parte em latim, parte em italiano - pode ser lida a frase "Io Lionardo da Vinci in tesstimonio ut supra scripsi" ("Eu Leonardo da Vinci dou testemunho do que está escrito acima").
A assinatura estava em um documento em papel de linho, que pertencia ao escritório do tabelião milanês Antonio de Capitani, e registrava a encomenda, a primeira de sua etapa em Milão, de um afresco no altar da igreja de São Francisco o Grande, atualmente destruída.
Da encomenda surgiu a pintura "Virgem das Rochas", uma obra de caráter teológico que teve pelo menos duas versões não assinadas, mas atribuídas a Leonardo, atualmente expostas no Museu do Louvre, em Paris, e na National Gallery, em Londres.
Junto com Leonardo, assinaram também os irmãos Evangelista e Giovanni Antonio de Predis, ajudantes do pintor, o que confirma também as condições da assinatura, o custo e o tipo de materiais necessários para sua elaboração.
A carta é a primeira com essas características assinada por Leonardo da qual se tem notícia. Existe uma correspondência anterior entre o pintor e o cardeal Ippolito d'Este, de 1507, mas que não é totalmente válida porque seu nome e assinatura foram feitos por um escrivão.
María Barbara Bertini confirmou também que uma reprodução digital do documento será exposta nesta quarta-feira na sede do Arquivo de Estado de Milão.
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