Topo

Lenny Kravitz abraça ideais de Martin Luther King ao falar de novo disco

21/09/2011 18h17

Javier Herrero.

Madri, 21 set (EFE).- Passados 20 anos desde que suas primeiras gravações foram desprezadas por não soar "suficientemente negras" ou "suficientemente brancas", Lenny Kravitz lança "Black And White América", afirmando que o sonho de Martin Luther King "ainda não foi alcançado", mas começa a "avançar".

"Em 1963 meu pai se casou com uma mulher negra", diz o trecho da música que dá nome ao novo disco de Kravitz, filho de um produtor judeu com uma atriz de raízes caribenhas e africanas.

Dentro deste contexto, o cantor declarou que a Presidência de Barack Obama nos Estados Unidos representa "um novo começo", embora ainda seja preciso caminhar "para frente".

"O sonho de King não se tratava apenas de brancos, negros ou de qualquer outra cor, mas de todo o planeta convivendo como um só ser e sem violência", considerou o cantor em entrevista à Agência Efe em Madri, onde apresentou seu nono disco de estúdio, lançado no último mês de agosto.

O cantor americano explicou que a idéia de "Black And White América" apareceu quando ele se dedicava ao projeto "Negrophilia", que acabou interrompido. Aliás, o novo álbum de Kravitz foca justamente a mistura de cores, estilos e temas.

"Desde meu primeiro álbum até agora, misturei inúmeros gêneros e seguirei fazendo isso", defendeu o cantor. Neste novo trabalho, Lenny Kravitz abusa da mistura entre funk, rock e soul sem deixar de abordar a religião, sua nova vocação.

Alguns veículos na mídia americana chegaram a afirmar que o cantor iniciou um período de abstinência sexual.

"Sempre tentei ser mais próximo a Deus e ser uma pessoa melhor. Isso leva tempo e faz parte de processo", ratificou Kravitz, destacando uma de suas novas canções, "Life Ain't Ever Been Better", que aborda o "agradecimento" do cantor a Deus.

Autor de sucessos como "American Woman", "I Belong To You" e "Fly Away", Kravitz ganhou o prêmio Grammy de melhor interprete de rock por quatro anos seguidos, de 1999 a 2002, garantindo mais de 35 milhões de discos vendidos no mundo todo.

O cantor rejeitou que seja impossível conciliar sua veia espiritual com o mundo do rock ou com sua imagem de "símbolo sexual". "Não penso nisso", disse entre risos o artista, que agradeceu o elogio, mas ressaltou que essa questão "é a última coisa" que passa em sua mente.

Após a participação no filme "Preciosa" (2009), Kravitz repetiu a experiência como ator em "Os Jogos da Fome", uma adaptação dos romances de Suzanne Collins, com direção de Gary Ross.

Os primeiros passos do cantor no mundo da interpretação coincidiram com o nascimento da filha Zoe Kravitz, fruto de seu casamento com a também atriz Lisa Bonet.