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Fotógrafo espanhol Francesc Torres documenta destroços do 11 de setembro

Pedaço de viga de aço do The World Trade Center faz parte de exposição "Memory Remains: 9/11 Artifacts at Hangar 17" em Nova York (25/8/2011) - AFP PHOTO / Ki Price
Pedaço de viga de aço do The World Trade Center faz parte de exposição "Memory Remains: 9/11 Artifacts at Hangar 17" em Nova York (25/8/2011) Imagem: AFP PHOTO / Ki Price

25/08/2011 15h00

Londres, 25 ago (EFE).- A poucos dias de completar 10 anos do 11/9, o artista espanhol Francesc Torres inaugurou nesta quinta-feira em Londres uma exposição que percorre através de 150 fotografias o poder emocional dos objetos recuperados no Marco Zero em Nova York.

Notas de despedida, carros de bombeiros carbonizados, brinquedos empoeirados e vestidos quase intactos foram algumas das peças encontradas entre os restos das Torres Gêmeas. A maior parte desse material foi armazenada em um hangar do aeroporto JFK da cidade americana, um museu "improvisado" que Francesc Torres retratou durante três anos com uma câmera 6x12 panorâmica.

Era um local fechado ao público, um segredo que o fotógrafo espanhol, testemunha em primeira mão da catástrofe, descobriu e documentou. O resultado é "La Memoria Perdura", um projeto fotográfico que eterniza os restos mais cotidianos de um atentado que mudou o rumo da história contemporânea.

As 150 imagens de Torres, capturadas em formato analógico, são exibidas em Londres através de projeções e acompanhadas pelos restos de vigas oxidadas que faziam parte da estrutura do World Trade Center, uma peça de 2 metros de comprimento que foi adquirida pelo Imperial War Museum.

"La Memoria Perdura" é uma mostra organizada pelo National September 11 Memorial Museum e passará por Barcelona e Nova York no dia 7 de setembro, pouco antes dos 10 anos do atentado, que matou 2.792 pessoas.

Para este artista, que morou 30 anos nos Estados Unidos - principalmente em Nova York -, o mais interessante é que logo após o ataque, já havia gente que se deu conta que os restos recuperados eram parte da história e decidiu guardá-los.

"A primeira impressão ao entrar no hangar 17 é quase de um túmulo. Foi impressionante", explica o fotógrafo à Agência Efe. O fotógrafo, que começou o trabalho em 2006, relembra a trajetória de seu projeto desde o atentado. "Foi difícil, o poder emocional dos objetos era impressionante", comenta Torres, que no momento do atentado morava a apenas 300 metros das Torres Gêmeas.