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Miguel Morayta, precursor da Era de Ouro do cinema mexicano, faz 104 anos

15/08/2011 15h47

Ciudad Real (Espanha), 15 ago (EFE).- O diretor de cinema Miguel Morayta, que nasceu em Villahermosa (Ciudad Real, centro da Espanha) em 1907 e chegou a ser um dos grandes precursores da "Época de Ouro" do cinema mexicano, faz nesta segunda-feira 104 anos de idade.

O cineasta e roteirista espanhol ainda mora na Cidade do México, onde se instalou em 1941, após se exilar no final da Guerra Civil espanhola, na qual participou como oficial do Exército.

Passou seu exílio na França e quase morreu nas mãos dos nazistas após passar por um campo de concentração. Contudo, foi salvo por um velho amigo, um fotógrafo alemão comandante da Gestapo, que o ajudou a fugir para o México, onde acabou desenvolvendo uma grande paixão pelo cinema.

No país asteca se tornou diretor de cinema, estreou em 1944 com longa "Caminito alegre" e chegou a rodar 85 filmes de diversos gêneros.

Domingo Ruiz , cineasta e editor de "Elgranturbinax", que publicou vários livros sobre Morayta, disse nesta segunda-feira à Agência Efe que o aniversário de Miguel é uma boa oportunidade para reconhecer "a grande contribuição e o compromisso que ele sempre teve com o cinema mexicano".

Ruiz Toribio comentou que, apesar de Miguel Morayta ter trabalhado há décadas em prol do desenvolvimento do cinema no México, o que o levou a se tornar diretor, roteirista, produtor e distribuidor, "sua figura ainda é pouco reconhecida em sua terra natal".

"O que Morayta fez para o cinema tem grande importância que ainda não foi reconhecida pelos profissionais do meio cultural. Os responsáveis por este ramo ainda não deram valor à sua trajetória profissional na Espanha e em sua região, onde o cineasta continua sendo um grande esquecido", acrescentou.

Ruiz Toribio lembrou também que Morayta rodou dezenas de filmes de todos os gêneros com grandes atores e artistas mexicanos e espanhóis, não só no México, mas também em países como Cuba, Uruguai, Venezuela, Porto Rico, Argentina e Estados Unidos.

Seu último projeto como diretor foi "Los Amantes Fríos" (1977) e depois passou a trabalhar para Televisa, onde já era considerado "um dos pais do cinema mexicano", asseverou Ruiz Toribio.