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Brasil presta homenagem a obra de Jorge Amado a um ano do centenário

10/08/2011 18h10

Marta Berard.

São Paulo, 10 ago (EFE).- O universo literário de Jorge Amado, o escritor que resgatou a sensualidade de sua terra natal e retratou a alma do povo brasileiro, foi nesta quarta-feira recapitulado com uma série de atos e conferências que marcam o início do ano comemorativo do centenário de seu nascimento.

As atividades começaram na Fundação Casa Jorge Amado, no bairro colonial de Salvador, na Bahia, região onde o escritor nasceu em 10 de agosto de 1912.

Durante o evento, que contou com a presença do secretário de Cultura, Albino Rubim, e de Paloma e João Jorge Amado, filhos do escritor, foram anunciadas algumas das atividades do ano dedicado a Jorge Amado, que se prolongará até fim de 2012, quando se completa cem anos de seu nascimento.

"Os atos desta quarta-feira representam a largada do ano Jorge Amado", disse à Agência Efe uma porta-voz da fundação, instituição encarregada de preservar o acervo do escritor e divulgar a cultura baiana, registrada por Amado em uma prolífica obra que foi traduzida a 49 idiomas em 55 países.

Além disso, se apresentou o projeto "Jorge, Amado e Universal", que a partir de março de 2012 será exposto no Museu de Língua Portuguesa de São Paulo e depois percorrerá diferentes cidades do Brasil, acrescentou a fonte.

Os atos continuam nesta noite em Salvador, quando o escritor moçambicano Mia Couto aproximará os brasileiros de uma leitura africana da obra de Amado na conferência "Um Mar Vivo: Como Jorge é Amado na África".

A partir desta quarta-feira e até fim de 2012, Brasil lembrará a obra do escritor que, apaixonado pelo povo, retratou personagens que permanecem gravados na memória dos brasileiros, em parte graças às adaptações em cinema e televisão, como "Dona Flor e Seus Dois Maridos".

Um dos destaques da programação será a estreia em outubro do filme "Capitães da Areia", adaptação do romance homônimo de Amado realizado por sua neta Cecilia, enquanto a editora Companhia das Letras lançará novas edições da obra de Amado e as bibliotecas da Bahia oferecerão uma programação especial com leituras dramatizadas.

O carnaval de Salvador também recuperará o trabalho de Amado e a escola de samba Imperatriz Leopoldinense dedicará seu desfile ao célebre escritor.

Por sua vez, o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, disse que Amado "retratou como ninguém a alma do povo da Bahia e do Brasil" e considerou que o ano do centenário é uma "oportunidade" para que o Brasil redescubra a obra de um escritor que se encontra entre os cinco mais admirados do país.

Em declarações à Agência Efe, Amorim precisou que parte do êxito internacional de Amado está na sua capacidade de unir "talento literário" com sua descrição do entorno.

Jorge Leal Amado de Faria, que em 1994 recebeu o Prêmio Camões, o mais prestigioso da língua portuguesa, morreu em 6 de agosto de 2001 na Bahia.