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Artista Ai Weiwei recusa-se a falar de período preso e diz estar 'feliz de voltar para casa'

10/08/2011 12h16

Pequim, 10 ago (EFE) - O artista chinês Ai Weiwei, em liberdade desde 23 de junho, concedeu sua primeira entrevista após meses de detenção ao jornal oficial "Global Times".

Ai, que nesta terça-feira burlou as condições de sua liberdade mediante fiança ao denunciar maus tratos e detenções ilegais no Twitter, recusou-se na entrevista desta quarta-feira a falar de seu período na prisão e simplesmente afirmou que está "feliz de voltar para casa após ter ficado fora do mundo".

Além disso, em suas declarações ao "Global Times", um meio cuja linha editorial é nacionalista e que é de propriedade do grupo "Diário do Povo", o jornal porta-voz do Partido Comunista da China, o artista afimou que não defende "uma revolução radical na China",

Ai também negou ter admitido as acusações de evasão fiscal da empresa Beijing Fake Cultural Development, administrada por sua ex-mulher, Lu Qing, e que serviu como justificativa da Polícia para seus 80 dias de detenção.

"Assinei um documento, mas não era uma confissão. Sou o diretor artístico da empresa e não dou muita atenção à situação financeira", afirmou Ai ao jornal, que relatou que segundo as condições de sua libertação, o artista "é proibido de falar com meios estrangeiros".

Sobre a oferta de trabalho da Universidade de Belas Artes de Berlim, Ai assegurou que aceitaria "com gosto" o emprego, embora tenha afirmado que a opção do exílio "é algo impensável".

No entanto e, segundo as condições de sua libertação, Ai não poderia deixar Pequim no prazo de um ano, por isso seria necessário haver uma mudança nessas premissas para que a viagem do artista à Alemanha fosse possível.