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Harrison Ford e Daniel Craig, frente a frente em "Cowboys & Aliens"

30/07/2011 06h02

Antonio Martín Guirado.

Los Angeles (EUA), 30 jul (EFE).- "Cowboys & Aliens", um dos filmes mais esperados do ano que estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos, reúne Harrison Ford e Daniel Craig, ou seja, os intérpretes de Indiana Jones e James Bond, para enfrentar a ameaça alienígena em um incomum coquetel de gêneros.

Inicialmente, a mistura entre western e ficção científica parece uma fórmula arriscada, mas nas mãos do diretor Jon Favreau ("Homem de Ferro"), esta adaptação da história em quadrinhos homônima criada por Scott Mitchell virou um misto de imaginação e entretenimento com a ajuda do elenco completado por Olivia Wilde, Sam Rockwell e Paul Dano.

"Nunca fiz um western propriamente dito, mas Indiana Jones era parecido em muitos sentidos, pela moralidade e natureza de suas aventuras e seus personagens", explicou recentemente Ford, de 68 anos, em entrevista coletiva em Los Angeles.

A idade parece não atrapalhar, mas o ator sabe que já não é o jovem de "Guerra nas Estrelas" (1977) e "Blade Runner" (1982) e agradece as novas oportunidades que recebe da indústria.

"Aproveito interpretando qualquer papel com o qual acredito poder agradar a audiência. E agora que já tenho certa idade para alguns papéis, me sinto feliz e ambicioso pela oportunidade de encarnar personagens tão diferentes", declarou.

Principalmente se, como é o caso, tem a oportunidade de desfrutar de uma de suas paixões. "A filmagem foi muito divertida, para mim já bastava montar o cavalo", considerou o mítico ator, dono de um rancho em Jackson, nos Estados Unidos.

Seu papel, o do coronel Dolarhyde, xerife de um povoado chamado Absolution onde faz justiça à sua maneira, é um personagem importante no filme, mas que fica relegado a segundo plano devido à presença de Craig, que dá vida a Jack Lonergan, um forasteiro sem memória com uma empunhadura metálica fixada em seu pulso.

"Sempre penso em um personagem como parte da narração da história; não existe se não é útil para seu desenvolvimento e aqui meu papel é o de inimigo e aliado do personagem de Daniel", manifestou Ford, que acredita ter dado certa "humanidade" a um personagem de "coração frio".

Absolution é vítima do ataque indiscriminado de uma horda de extraterrestres, que começam a abduzir a população, inclusive o filho do personagem de Ford. Nesse momento, o forasteiro e sua empunhadura se transformam na única esperança dos humanos.

Já Favreau, um nome solicitado na indústria após o sucesso das duas primeiras partes de "Homem de Ferro", aceitou dirigir o filme atraído por sua temática inovadora, com pleno conhecimento que pode funcionar a fusão entre um gênero "muito americano" e outro "que é um ímã para a bilheteria".

"As misturas começaram com Quentin Tarantino", considerou. "Somos de uma geração que faz filmes que refletem outras obras antigas e comentam situações anteriores. Hoje é difícil ser original, mas o segredo está em reinventar os ingredientes tradicionais e colocar chocolate e amendoins acima", acrescentou.

O cineasta, na busca pela inspiração, viu muitos filmes de western, principalmente "Rastros de Ódio" (1956), clássico de John Ford, e fez o mesmo com conhecidos filmes de ficção científica, como "Alien" e "Predador", obras que "conseguiam dar medo" antes da proliferação dos efeitos especiais computadorizados.