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Morre escritora húngara Ágota Kristóf, autora de "O Grande Caderno"

27/07/2011 13h38

Budapeste, 27 jul (EFE) - A escritora húngara Ágota Kristóf, autora de "O Grande Caderno", morreu nesta quarta-feira aos 75 anos de idade em sua residência de Neuchâtel, Suíça, onde vivia desde 1956.

Fontes da família de Kristóf confirmaram a notícia à agência húngara "MTI", mas não especificaram as causas da morte da escritora, que escrevia em francês.

A imprensa húngara lembra que a obra de Kristóf é considerada pelos críticos franceses como uma das mais importantes da literatura de final do século 20, junto a Samuel Beckett e Eugène Ionesco.

A autora que conquistou o sucesso internacional com sua trilogia "O Grande Caderno", "A prova" e "A Terceira Mentira", comunicou em março deste ano, em entrevista ao portal literário húngaro "beliche.hu", que já não escrevia por estar muito doente.

"Não tenho vontade nem força. Não faz sentido", assinalou então.

Kristóf nasceu na localidade húngara de Csíkvánd em 30 de outubro de 1935 e aos nove anos de idade escreveu seus primeiros poemas no internado de Szombathely, próximo à fronteira húngara com a Áustria e fugiu da repressão soviética posterior à revolução húngara de 1956 e se instalou com seu marido na Suíça.

Foi ali onde começou a publicar suas obras, com as quais conseguiu um reconhecimento internacional. Entre outros, foi agraciada com o italiano Prêmio Alberto Morávia (1988) e o alemão Gottfried Keller (2001).

A trilogia, traduzida em mais de 30 idiomas, narra a história de uma família durante e depois da Segunda Guerra Mundial e foi adaptada para o teatro em diversos países, como pela Companhia Teatro Cinema do Chile, que cobrou grande êxito em Nova York em 2007.

Em 2009 foi uma dos candidatos para o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras, que finalmente recebeu o albanês Ismail Kadaré e no ano passado, a Hungria a homenageou com o "Prêmio Kossuth", a mais alta distinção artística do país.