Murdoch pede perdão enquanto seu império global balança
Patricia Souza.
Londres, 16 jul (EFE).- Rupert Murdoch pediu desculpas neste sábado pelo escândalo dos grampos telefônicos em seu conglomerado de comunicação em uma tentativa desesperada de controlar a espiral que ameaça seu império e que em 24 horas custou a cabeça de dois altos executivos.
"Pedimos desculpas", diz uma mensagem pessoal publicada neste sábado por Murdoch de página inteira em sete jornais do Reino Unido, a três dias de comparecer diante da Câmara dos Comuns para falar sobre as escutas ilegais de políticos, famosos e até vítimas de crimes do já extinto tablóide "News of the World".
O presidente e executivo-chefe da "News Corporation", que reúne veículos como os americanos "Fox Television" e "Dow Jones" e os britânicos "The Times" e "The Sun", admite em sua mensagem que atuaram tarde, reconhece que "pedir perdão não é suficiente" e promete "medidas concretas" iminentes em resposta à crise.
É a segunda demonstração de humildade do empresário, de 80 anos, depois de na véspera pedir desculpas pessoalmente à família de Milly Dowler, uma menina assassinada que teve seu celular grampeado pelo dominical "News of the World" em busca de informações exclusivas.
A divulgação dessa notícia, no dia 4 de julho, desencadeou a grave crise do império Murdoch, investigado em ambos os lados do Atlântico por práticas jornalísticas ilegais e que em uma semana teve de renunciar ao dominical e ao interesse da compra total do canal de televisão britânico "BSkyB".
Nos Estados Unidos existe uma investigação por supostas escutas ilegais a vítimas do 11 de setembro, ataque terrorista de 2001. Já no Reino Unido serão abertos processos policiais, judiciais e de ética jornalística pelo escândalo.
Nesta sexta-feira, o último capítulo do drama teve nomes próprios, os da britânica Rebekah Brooks e o americano Les Hinton, dois de seus mais estreitos colaboradores que Murdoch sacrificou após 22 e 52 anos de serviços prestados, respectivamente.
Brooks, que dirigia o "News of the World" na época das escutas, coordenava agora a "News International", braço britânico do grupo e Hinton, que ocupou esse posto no passado, atuava como presidente da agência "Dow Jones" e editor do "The Wall Street Journal".
Suas saídas deixam sozinho diante da crise o magnata e seu filho James Murdoch, de 38 anos e atual presidente na Europa da "News Corporation", após ter dirigido a "News International" entre 2007 e 2009.
O escândalo dos grampos telefônicos do dominical "News of the World" tem ramificações jornalísticas, políticas, judiciais e econômicas.
Vários supostos envolvidos estavam muito perto do poder, especialmente Andy Coulson, chefe de imprensa do primeiro-ministro, David Cameron, que renunciou em janeiro pelo escândalo. Ele foi detido há uma semana e está em liberdade condicional.
O jornal "The Independent" publica nesta sábado que Cameron reuniu-se 26 vezes com executivos da "News Corporation" nos 15 meses em que está no poder, entre eles o próprio Rupert Murdoch, seu filho James, Rebekah Brooks e Coulson, quando este já havia renunciado.
O convite a Coulson foi algo "normal e humano" por parte do primeiro-ministro, opinou neste sábado o titular de Relações Exteriores britânico, William Hague.
Os meios de Murdoch, especialmente o sensacionalista "The Sun", o tablóide mais vendido do Reino Unido, apoiaram o conservador Cameron em sua campanha eleitoral.
Desde o recrudescimento do escândalo, os tories distanciaram-se de Murdoch e foram os trabalhistas os encarregados de botar lenha na fogueira.
Neste sábado, o ex-vice-primeiro-ministro trabalhista John Prescott, um dos espionados pelo "News of the World", diminuiu a importância do pedido de desculpas público de Murdoch e o relacionou com a proximidade de seu comparecimento ao comitê dos Comuns.
"Estamos falando de um homem desesperado para salvar sua empresa e que teme o afundamento de seu império", disse Prescott à rede pública britânica "BBC".
Os dois Murdoch e Rebekah Brooks deverão apresentar-se na terça-feira, dia 19 de julho, ao Comitê de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns para explicar as atividades jornalísticas ilegais do "News of the World".
Londres, 16 jul (EFE).- Rupert Murdoch pediu desculpas neste sábado pelo escândalo dos grampos telefônicos em seu conglomerado de comunicação em uma tentativa desesperada de controlar a espiral que ameaça seu império e que em 24 horas custou a cabeça de dois altos executivos.
"Pedimos desculpas", diz uma mensagem pessoal publicada neste sábado por Murdoch de página inteira em sete jornais do Reino Unido, a três dias de comparecer diante da Câmara dos Comuns para falar sobre as escutas ilegais de políticos, famosos e até vítimas de crimes do já extinto tablóide "News of the World".
O presidente e executivo-chefe da "News Corporation", que reúne veículos como os americanos "Fox Television" e "Dow Jones" e os britânicos "The Times" e "The Sun", admite em sua mensagem que atuaram tarde, reconhece que "pedir perdão não é suficiente" e promete "medidas concretas" iminentes em resposta à crise.
É a segunda demonstração de humildade do empresário, de 80 anos, depois de na véspera pedir desculpas pessoalmente à família de Milly Dowler, uma menina assassinada que teve seu celular grampeado pelo dominical "News of the World" em busca de informações exclusivas.
A divulgação dessa notícia, no dia 4 de julho, desencadeou a grave crise do império Murdoch, investigado em ambos os lados do Atlântico por práticas jornalísticas ilegais e que em uma semana teve de renunciar ao dominical e ao interesse da compra total do canal de televisão britânico "BSkyB".
Nos Estados Unidos existe uma investigação por supostas escutas ilegais a vítimas do 11 de setembro, ataque terrorista de 2001. Já no Reino Unido serão abertos processos policiais, judiciais e de ética jornalística pelo escândalo.
Nesta sexta-feira, o último capítulo do drama teve nomes próprios, os da britânica Rebekah Brooks e o americano Les Hinton, dois de seus mais estreitos colaboradores que Murdoch sacrificou após 22 e 52 anos de serviços prestados, respectivamente.
Brooks, que dirigia o "News of the World" na época das escutas, coordenava agora a "News International", braço britânico do grupo e Hinton, que ocupou esse posto no passado, atuava como presidente da agência "Dow Jones" e editor do "The Wall Street Journal".
Suas saídas deixam sozinho diante da crise o magnata e seu filho James Murdoch, de 38 anos e atual presidente na Europa da "News Corporation", após ter dirigido a "News International" entre 2007 e 2009.
O escândalo dos grampos telefônicos do dominical "News of the World" tem ramificações jornalísticas, políticas, judiciais e econômicas.
Vários supostos envolvidos estavam muito perto do poder, especialmente Andy Coulson, chefe de imprensa do primeiro-ministro, David Cameron, que renunciou em janeiro pelo escândalo. Ele foi detido há uma semana e está em liberdade condicional.
O jornal "The Independent" publica nesta sábado que Cameron reuniu-se 26 vezes com executivos da "News Corporation" nos 15 meses em que está no poder, entre eles o próprio Rupert Murdoch, seu filho James, Rebekah Brooks e Coulson, quando este já havia renunciado.
O convite a Coulson foi algo "normal e humano" por parte do primeiro-ministro, opinou neste sábado o titular de Relações Exteriores britânico, William Hague.
Os meios de Murdoch, especialmente o sensacionalista "The Sun", o tablóide mais vendido do Reino Unido, apoiaram o conservador Cameron em sua campanha eleitoral.
Desde o recrudescimento do escândalo, os tories distanciaram-se de Murdoch e foram os trabalhistas os encarregados de botar lenha na fogueira.
Neste sábado, o ex-vice-primeiro-ministro trabalhista John Prescott, um dos espionados pelo "News of the World", diminuiu a importância do pedido de desculpas público de Murdoch e o relacionou com a proximidade de seu comparecimento ao comitê dos Comuns.
"Estamos falando de um homem desesperado para salvar sua empresa e que teme o afundamento de seu império", disse Prescott à rede pública britânica "BBC".
Os dois Murdoch e Rebekah Brooks deverão apresentar-se na terça-feira, dia 19 de julho, ao Comitê de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns para explicar as atividades jornalísticas ilegais do "News of the World".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.