Eletricista de Picasso questiona legitimidade de filhos do artista em ação
Paris, 15 jul (EFE).- Pierre Le Guennec, o eletricista de Picasso que tinha em sua casa 271 obras desconhecidas do artista, questionará na Justiça que os três filhos do pintor espanhol constituam a parte civil no processo aberto contra ele pela herança dos quadros.
Segundo informou nesta sexta-feira o jornal francês "Libération", o eletricista deve contestar através de seu advogado, Charles-Etienne Gudin, a legitimidade do direito de Claude, Paloma e Maya Picasso a reivindicar essas obras dado que nenhum deles nasceu de um casamento do artista.
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Desenho de Pablo Picasso que o eletricista francês Pierre Le Guennec diz ter ganho, em Paris (França). As obras foram descobertas quando ele tentou conseguir certificados de autenticidade com os herdeiros do artista
Com esta estratégia, Le Guennec procura um contra-ataque após ter sido acusado em maio deste ano de receptação pela Promotoria de Grasse (sudeste da França).
O homem, que durante mais de 30 anos conservou em sua garagem obras de Picasso com um valor estimado em cerca de 80 milhões de euros, em sua maior parte desenhos, colagens e esboços, assegurou ter recebido as peças das mãos de Jacqueline Picasso aproximadamente em 1971.
A família Picasso, informada sobre sua existência pelo próprio Le Guennec e sua esposa, Danielle, que os contataram supostamente em busca de um certificado de autenticidade dos quadros, o denunciou por ocultação de obras inéditas.
O "Libération" lembrou nesta sexta-feira que Claude e Paloma, nascidos da relação do artista com Françoise Gilot, obtiveram em 1974 o estatuto de herdeiros, meses depois da morte do artista, e que pouco depois o direito foi adquirido por Maya, a filha que teve com a jovem Marie-Thérèse Walter. Quanto a Paulo, o primogênito, nascido de seu casamento com a dançarina russa Olga Kokhlova, morreu em 1973.
O conselheiro dos herdeiros de Picasso, Jean-Jacques Neuer, afirmou ao jornal que o argumento do eletricista "não tem muitas possibilidades de prosperar", visto que "para a lei só há filhos, não se fala mais de legítimos ou naturais".
Desde 1972, a legislação francesa reconhece da mesma forma os direitos dos filhos nascidos de relacionamentos formais e daqueles nascidos de relações extraconjugais, "princípio de igualdade que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos lembrou há alguns anos à França que devia respeitar", esclareceu Neuer.
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