"Bicicleta é meio democrático e faz bem à cidade", diz ex-Talking Heads David Byrne
Santiago (Chile), 15 jul (EFE).- O ex-vocalista do Talking Heads David Byrne, que no início dos anos 1980 pegou o costume de se deslocar de bicicleta pelas ruas de Nova York, considera esta forma de transporte um meio "democrático e que faz bem às cidades", segundo contou ao jornal chileno "La Tercera".
Byrne, que apresenta neste sábado no Chile seu livro "Diários de uma Bicicleta", confessa que era "muito estimulante" perambular pelas "ruas sujas e cheias de buracos" de Nova York.
Na obra, o artista medita sobre arte contemporânea, música, a vida urbana e a bicicleta como meio de transporte, enquanto narra sua visão do mundo como um 'flaneur' em duas rodas.
Da mesma forma que no filme "Diários de Motocicleta", que narra a viagem que Che Guevara e seu amigo Alberto Granado realizaram em 1952 pela América do Sul, Byrne reflete sobre suas travessias de bicicleta, meio que se transformou em sua "janela panorâmica em grande parte do mundo" nos últimos 30 anos.
"As cidades são manifestações físicas de nossas crenças mais profundas", filosofa o artista, que participará do encontro "Cidades, Bicicletas e o Futuro da Mobilidade" na capital chilena, onde falará de seu livro.
Em novembro de 2004, Byrne foi a Santiago para apresentar um show e, como em todas as suas turnês, levou sua bicicleta. Desta vez, no entanto, está sem ela e espera que alguém possa lhe emprestar uma.
Para o pioneiro do pós-punk e líder do Talking Heads, as turnês são mais do que hotéis, shows, bares e voos: "A bicicleta me permitiu sair dessa rotina e desfrutar civilizadamente das excursões".
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