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David Yates buscou final "apocalíptico" para despedida de Harry Potter

14/07/2011 18h21

Patricia Rodríguez.

Londres, 14 jul (EFE).- O bruxinho Harry Potter se despede de sua devota legião de fãs com o filme mais "apocalíptico" e "bélico" da saga, "Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2", afirmou em Londres o cineasta David Yates.

O diretor britânico explicou em entrevista à Agência Efe que com a oitava e última parte da saga, que estreia nesta sexta-feira nos cinemas de todo mundo, buscou por cenários "mais espetaculares" que os dos outros longas.

"Queria imagens tingidas de vermelho, com sangue, fogo e ação, sem comprometer o aspecto comovente com o qual estes jovens tentam vencer uma guerra", disse o roteirista, responsável pela adaptação do livro da escritora britânica JK Rowling para o cinema desde 2007.

Yates, praticamente um desconhecido antes de Harry Potter entrar em sua vida, reuniu Chris Columbus, Alfonso Cuarón e Mike Newell, para dar um toque mais sombrio nas aventuras do bruxinho.

Assim fez com "Harry Potter e a Ordem da Fênix" (2007), "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" (2009) e "Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1" (2010), filmes que quis acrescentar "escuridão e intensidade".

"Queria uma obra mais madura, mais moderna, e deixar de lado o mundo infantil - ampliar a audiência. Queria que o filme fosse mais sofisticado, além de comovente", declarou.

O empenho de levar ao cinema as bem-sucedidas histórias de Rowling, que em 2007 lhe rendeu uma candidatura aos Prêmios Empire e outra aos Saturn, o deixaram "esgotado".

"Foram anos intensos, sem parar, e provavelmente, vou sentir um vazio agora que terminou", confessou o diretor que, apesar de emendar uma gravação após outra, se sente "um privilegiado" por ter participado da saga cinematográfica "mais lucrativa do mundo".

O mundo fantástico de Harry Potter que fascina crianças e adultos lhe proporcionou "uma experiência incrível, muito intensa e muito envolvente" que, nesta última entrega, chega finalmente em 3D.

Yates afirma que o bruxinho, interpretado por Daniel Radcliffe, já é "um tesouro nacional extremamente importante".

O diretor rasgou elogios ao elenco que acabou se tornando estelar, como Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint. "Trabalhar com todos eles foi genial", disse.

"Sempre foram muito simples, equilibrados e com os pés no chão neste circo incrível de Harry Potter".

Para Yates, Radcliffe é um "workaholic" e Emma é "um pouco Hermione, extremamente perfeccionista e muito brilhante". Já Grint, é "muito tranquilo, educado e meigo".

Se tivesse que escolher um personagem favorito, escolheria Severus "Snape" por sua "complexidade e porque tem algo de tragicamente romântico. Trata-se de uma figura incompreendida". Contudo, também adora "Hermione", a amiga sabichona de Harry, por ser "tão inteligente, intensa e corajosa".

Questionado sobre sua vida pessoal, mencionou o fato de ter pesado o ritmo ininterrupto das gravações, além de seu novo status como diretor de sucesso. "Não tive "tempo nem para pensar", desabafou.

"Não parei, mas continuo sendo eu mesmo e peço a minha mulher e ao meu editor que me digam se mudei", comentou.

E quanto ao tão aguardado desenlace da saga, na estação de Kings'Cross, Londres, onde começa o mundo mágico de Harry Potter, o cineasta confessou que é sua "cena preferida" e é a que, inclusive, a que "completa o ciclo".

A aventura cinematográfica de Harry Potter, que seguiu fielmente as histórias do bruxinho criado por J.K.Rowling em 1997, arrecadou até agora em bilheteria mais de US$ 6 bilhões no mundo todo.