Moda da tatuagem budista será censurada na Tailândia
Irene Alconchel.
Bangcoc, 10 jul (EFE).- O turista deixará a Tailândia com seu corpo menos decorado a partir da entrada em vigor de uma norma que proíbe tatuar estrangeiros com desenhos religiosos budistas devido ao uso "desrespeitoso" destes símbolos.
Os milhares de tatuadores de Bangcoc e outros lugares do país estão receosos após receber a ameaça do Governo que prepara uma lei que proibirá tatuar desenhos de caráter religioso a fim de evitar que este ofício continue desvirtuando as imagens do budismo.
A cada ano milhares de estrangeiros aproveitam sua visita a Tailândia para desenhar no corpo, sobretudo a imagem sagrada do Buda, e, segundo as autoridades, muitas vezes em partes consideradas impuras sem saber que isso representa uma ofensa para os crentes.
A sociedade budista julga como "suja" a parte do corpo que vai da cintura até os pés, por isso que toda representação religiosa em quadris, glúteos e extremidades inferiores é irreverente.
"Nós respeitamos o budismo, e se um estrangeiro quer uma tatuagem budista na panturrilha, lhe explicamos por que não podemos fazer e eles costumam entender", explica Plat, dono de uma pequena loja de tatuagens e piercings do bairro de Khao Sao, Meca do turismo jovem.
Esta região de Bangcoc, que um dia já fez parte da rota de Shangri-la que seguiram milhares de hippies de meio mundo, hoje é um dos bairros mais vivos da capital, repleto de pequenos hotéis e bares frequentados pela legião de viajantes com mochila que a cada dia aterrissa na Tailândia.
A demanda por uma lembrança em forma de tatuagem cresceu em 2004, quando a atriz americana Angelina Jolie tatuou durante uma viagem à Tailândia um grande tigre e um símbolo de proteção budista em suas costas com a técnica tradicional tailandesa conhecida como "Sak Yant".
"Que Angelina tenha viajado para a Tailândia teve um grande impacto no nosso negócio, porque desde então muitos turistas nos pedem os mesmos desenhos", explica Plat.
No entanto, os estrangeiros não costumam optar pelo "Sak Yant", já que é uma técnica muito mais dolorosa que a tatuagem convencional.
Sun, que gerencia outra das dezenas de estúdios de tatuagens de Khao Sao e exerce o ofício há dez anos após praticar em suas próprias pernas, recebeu a notícia da lei com ceticismo.
"Isto é um negócio e o dinheiro manda, se o cliente paga sempre haverá quem o tatue, apesar destas proibições bobas", aponta.
Sun é crítico com o Governo, mas também joga a culpa nos turistas a quem tacha de "desrespeitosos" em "80% dos casos".
Por isso, o tatuador decidiu adiantar-se e colocou em seu estúdio um cartaz em inglês e tailandês com o qual avisa ao turista que não tatuará imagens budistas abaixo da cintura.
Porque, segundo defende, "a solução está na educação e não na proibição".
Bangcoc, 10 jul (EFE).- O turista deixará a Tailândia com seu corpo menos decorado a partir da entrada em vigor de uma norma que proíbe tatuar estrangeiros com desenhos religiosos budistas devido ao uso "desrespeitoso" destes símbolos.
Os milhares de tatuadores de Bangcoc e outros lugares do país estão receosos após receber a ameaça do Governo que prepara uma lei que proibirá tatuar desenhos de caráter religioso a fim de evitar que este ofício continue desvirtuando as imagens do budismo.
A cada ano milhares de estrangeiros aproveitam sua visita a Tailândia para desenhar no corpo, sobretudo a imagem sagrada do Buda, e, segundo as autoridades, muitas vezes em partes consideradas impuras sem saber que isso representa uma ofensa para os crentes.
A sociedade budista julga como "suja" a parte do corpo que vai da cintura até os pés, por isso que toda representação religiosa em quadris, glúteos e extremidades inferiores é irreverente.
"Nós respeitamos o budismo, e se um estrangeiro quer uma tatuagem budista na panturrilha, lhe explicamos por que não podemos fazer e eles costumam entender", explica Plat, dono de uma pequena loja de tatuagens e piercings do bairro de Khao Sao, Meca do turismo jovem.
Esta região de Bangcoc, que um dia já fez parte da rota de Shangri-la que seguiram milhares de hippies de meio mundo, hoje é um dos bairros mais vivos da capital, repleto de pequenos hotéis e bares frequentados pela legião de viajantes com mochila que a cada dia aterrissa na Tailândia.
A demanda por uma lembrança em forma de tatuagem cresceu em 2004, quando a atriz americana Angelina Jolie tatuou durante uma viagem à Tailândia um grande tigre e um símbolo de proteção budista em suas costas com a técnica tradicional tailandesa conhecida como "Sak Yant".
"Que Angelina tenha viajado para a Tailândia teve um grande impacto no nosso negócio, porque desde então muitos turistas nos pedem os mesmos desenhos", explica Plat.
No entanto, os estrangeiros não costumam optar pelo "Sak Yant", já que é uma técnica muito mais dolorosa que a tatuagem convencional.
Sun, que gerencia outra das dezenas de estúdios de tatuagens de Khao Sao e exerce o ofício há dez anos após praticar em suas próprias pernas, recebeu a notícia da lei com ceticismo.
"Isto é um negócio e o dinheiro manda, se o cliente paga sempre haverá quem o tatue, apesar destas proibições bobas", aponta.
Sun é crítico com o Governo, mas também joga a culpa nos turistas a quem tacha de "desrespeitosos" em "80% dos casos".
Por isso, o tatuador decidiu adiantar-se e colocou em seu estúdio um cartaz em inglês e tailandês com o qual avisa ao turista que não tatuará imagens budistas abaixo da cintura.
Porque, segundo defende, "a solução está na educação e não na proibição".
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