Ativistas contrários à evasão de impostos protestarão em show do U2

Londres, 24 jun (EFE).- Um grupo que milita contra a evasão de impostos planeja tumultuar nesta sexta-feira a apresentação da banda U2 no Festival de Glastonbury, realizado no condado inglês de Somerset, com uma ação de censura ao líder do grupo, Bono Vox.

Indignados pela decisão do grupo irlandês de transferir sua residência fiscal para a Holanda em 2006, com o aparente objetivo de economizar impostos, o grupo Art Uncut, que protesta contra a evasão fiscal dos artistas, lançará um globo com as palavras: "Bono, pague o que deve".

O Art Uncut foi criado inicialmente para protestar contra a redução dos investimentos na cultura realizada pela atual coalizão de David Cameron.

Will Claymore, que coordena os protestos do grupo, insiste que não querem causar violência em Glastonbury, mas que Bono veja a mensagem.

Além disso, segundo o jornal "The Times", a banda anarquista Chumbawamba também criticará o líder do U2, levando ao palco camisetas com as palavras: "Diga não a Bono".

"Esperava outra coisa de Bono. Se ele fosse uma pessoa que investe em ações de alto risco seria diferente. Mas é um absurdo se colocar como defensor dos pobres e oprimidos enquanto deixa de pagar impostos", critica a cantora Jude Abbott.

Bono, conhecido por suas campanhas contra a pobreza mundial, se defendeu de seus críticos argumentando que sua banda já paga milhões de dólares de impostos.

Os quatro membros do U2 são os músicos que mais faturam no mundo todo e, segundo o "The Times", possuem uma fortuna total estimada em US$ 731 milhões.

Sua turnê número 360, que passou por mais de 12 cidades e que custou cerca de US$ 100 milhões, gerou receita de US$ 558 milhões.