"Coleção Polaroid" chega a Viena com obras de Andy Warhol e Helmut Newton
Diversos artistas chegaram a considerar as câmeras Polaroid um fetiche. Uma exposição em Viena exibe uma mostra da adoração que Andy Warhol, Robert Mapplethorpe, Helmut Newton e muitos outros criadores sentiam pela fotografia instantânea.
As 350 obras que se podem ser vistas na galeria fotográfica Westlicht de Viena até 21 de agosto são reunidas na "Coleção Polaroid", um total de 16 mil obras cujo leilão começou no ano passado após a quebra da empresa.
Polaroid intitulada "Andy Warhol espirrando", registrada pelo artista em 1978
A galeria e a empresa (Im)Possible, que passou a fabricar a câmera e o material fotográfico da Polaroid, receberam um lote de 4,4 mil fotografias de mais de 800 artistas guardados n'Ele Musée de l'Elysée de Lausanne (Suíça) e que não eram expostas desde 1990.
"Com a compra, queríamos guardar a unidade da coleção e mostrá-la ao público", destacou o diretor de Westlicht, Peter Coeln, na apresentação da exposição.
"A ideia da coleção surgiu do fundador da Polaroid, Edwin Land, que oferecia material fotográfico a artistas em troca de parte de suas criações", explicou à Agência Efe Rebekka Reuter, uma das responsáveis.
A Polaroid mudou a história da fotografia desde 1947 ao ser a primeira máquina fotográfica que revelava a imagem capturada. E cumpriu com o ideal de Land de ser tão simples que os usuários só precisavam apertar o botão.
"Land defendia a fotografia como uma das belas artes e pensava que em cada pessoa havia um artista, se eles tivessem as ferramentas adequadas para se expressarem", assinala à Agência Efe Barbara Hitchcock, ex-responsável da Fundação Polaroid e que está gerenciando a exibição.
Hitchcock conta uma lembrança sobre o amor de muitos artistas às fotos preto e branco: "Quando a cantora Patti Smith soube em 2009 que a Polaroid deixaria de fabricar seu filme, por exemplo, resolveu fazer um estoque do material na sua casa".
Desde fotografias famosas como um retrato de Warhol com uma câmera Polaroid nas mãos e assinada pelo italiano Oliviero Toscani, a raridades de Helmut Newton, a exposição faz um percurso por um legado de fotos surpreendentes.
Entre os artistas figura também o espanhol Joan Fontcuberta, com dois trabalhos - entre fim dos anos 1970 e início dos 1980 - protagonizados por interiores vazios em um elegante preto e branco.
Entre as fotografias de dezenas de artistas, a mostra abre espaço também para os retratos, a paisagem e o cenário urbano, como a experimentação, com duplas exposições e jogos de perspectivas, com os tons desbotados característicos, carregados de melancolia, que dividiu muitos fãs de fotografia: o que para uns é uma aberração cromática, para outros tem uma magia que torna cada foto em um objeto único.
Também é possível contemplar reproduções de alguns trabalhos em grande escala (de 50x60 cm), realizados com uma grande câmera que funciona como um projetor.
O autor desta enorme câmera, o tcheco Khan Hnizdo, é outro dos criadores cuja obra está presente na exposição.
(Im)Possible, a empresa que decidiu continuar produzindo os filmes fotográficos, retomou também o conceito da Polaroid de colaborar com fotógrafos famosos. O primeiro a inaugurar a série foi o americano David Levinthal.
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