Topo

Para Murdoch, mercado de cinema chinês é o mais atraente do mundo

O magnata das comunicações Rupert Murdoch durante discurso no Festival Internacional de Cinema de Xangai, na China (12/06/2011) - AP
O magnata das comunicações Rupert Murdoch durante discurso no Festival Internacional de Cinema de Xangai, na China (12/06/2011) Imagem: AP

13/06/2011 05h56

Xangai (China) - O magnata das comunicações Rupert Murdoch, proprietário do conglomerado midiático NewsCorp, que controla os estúdios Fox de Hollywood, afirmou em discurso no Festival Internacional de Cinema de Xangai que a China é o mercado cinematográfico mais atraente do mundo.

Em declarações publicadas nesta segunda-feira pelo jornal oficial "Shanghai Daily", o australiano naturalizado americano Murdoch chegou a dizer que "não há um mercado cinematográfico mais atraente no mundo todo", já que os lucros em bilheteria "crescem a um ritmo de mais de 40% por ano".

No ano passado, os lucros em bilheteria aumentaram 64% na China, superando a casa dos 10 bilhões de iuanes (US$ 1,5 bilhão) e foram construídos em todo o país 313 novos cinemas, com 1.533 novas salas.

Isso significa que, atualmente, há cerca de 6,2 mil salas de cinema em toda a China, mas já há tantas previstas para serem construídas que se espera atingir 20 mil salas nos próximos cinco anos.

Durante o debate que participou junto a outros produtores internacionais e chineses, entre eles sua própria esposa, Wendi Deng, Murdoch apoiou uma maior abertura do mercado chinês às produções cinematográficas estrangeiras.

A China, atualmente, limita em 20 o número de filmes de outros países que podem ser exibidos anualmente nas salas de cinema nacionais. Praticamente todos eles costumam ser produções de Hollywood, após serem submetidos à censura e à aprovação de uma só entidade estatal, o Grupo Cinematográfico da China.

Murdoch assinalou que esse limite às produções estrangeiras estimula a pirataria, um mercado ilegal bastante comum na China. "Isso apresenta desafios significativos", disse o magnata.

"No longo prazo, a única coisa que limitará é a oportunidade de a China aumentar seu mercado de cinema", acrescentou. "O mercado das salas de cinema da China está tentando crescer. É fundamental encher os cinemas com mais filmes locais, bem como com mais filmes importados de outros países".

A esposa de Murdoch, Wendi Deng, americana de origem chinesa, não perdeu a oportunidade de promover novamente o filme que acaba de produzir, "Snow Flower and the Secret Fan", exibido na China por seus baixos custos de produção, protagonizado pelo americano Hugh Jackman e pela chinesa Li Bingbing.

"Eu gostaria de trazer mais veteranos de Hollywood para que cooperassem com profissionais chineses", anunciou Deng, referindo-se ao seu filme. "A coprodução é uma boa maneira de o cinema chinês aumentar sua influência internacional".

Ren Zhonglun, presidente da Corporação Grupo Cinematográfico de Xangai, e também coprodutor do filme de Deng, anunciou que a entidade chinesa deve participar de até quatro coproduções com empresas estrangeiras neste ano.

Já Thomas Tull, presidente da produtora americana Legendary Entertainment, disse que fechou um acordo com a corporação chinesa Huayi Brothers, uma das grandes empresas do setor na China, para criar uma companhia mista, Legendary East, produtora de cinema e televisão em inglês com sede em Hong Kong.