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Exposição da Royal Academy reúne artistas famosos e desconhecidos em Londres

02/06/2011 15h37

Londres, 2 jun (EFE).- A Exposição de Verão da Royal Academy of Arts de Londres - que será realizada entre os dias 7 de junho e 15 de agosto - não é uma mostra como tantas outras: tem uma tradição ininterrupta que remonta a 1769 e é o maior evento deste tipo que reúne tanto pintores famosos como admiradores das artes.

Neste ano, o comitê técnico recebeu 12 mil solicitações de 27 países. No total, serão exibidas 1.117 obras em diversas salas, cada uma delas com um ou dois acadêmicos como curadores.

A ideia de seguir organizando a Exposição de Verão levanta discussões não somente entre a crítica, que se sente muitas vezes agoniada pela variedade de estilos e temas, mas entre os próprios acadêmicos. À margem desses debates, todos reconhecem como louvável o objetivo de contribuir para o financiamento de escolas de artes com a receita dos ingressos.


O coordenador geral da exposição, o pintor e escultor Christopher Le Brun, optou por organizar a maior das salas segundo o critério dos antigos salões, enchendo suas paredes de pinturas de diferentes tamanhos, estilos e temáticas.

Já seu colega Michael Craig-Martin, professor no Goldsmiths College, escolheu para a sala de sua curadoria uma apresentação inspirada nas galerias particulares contemporâneas.

Esta última é uma das mais interessantes da exposição, com obras de escultores como Tony Cragg e Anish Kapoor, pintores como Le Brun, o "pop" Joe Tilson, Tony Bevan, e o veterano Allen Jones.

Craig-Martin quis dar importância especial às mulheres em sua seleção e apresenta trabalhos de Tracey Emin, acadêmica famosa por suas obras de "camas sujas" e pelos auto-retratos onde aparece se masturbando, Tacita Dean e Jenny Saville.

Neste ano, a sala de entrada será dedicada à fotografia, com imagens de edifícios em ruínas, campos de futebol no meio da cidade e selvas tropicais.

Entre as obras mais destacadas da exposição estão uma composição abstrata do dinamarquês Per Kirkeby e uma de Keith Tyson intitulada "Deep Impact", que representa uma espécie de paisagem em chamas e lembra as visões apocalípticas do pintor inglês John Martin.

O pintor alemão Anselm Kiefer apresenta um velho e enferrujado submarino de chumbo pendurado no meio de uma placa, e seu compatriota Georg Baselitz está representado por figuras de cachorro de cabeça para baixo como as exibidas atualmente em outra sala de Londres.

Há também esculturas influenciadas por Rodin e outras que refletem o impacto do futurismo de Boccioni, como a de uma figura de um homem envolto em chamas no Iraque, e uma sala dedicada à arquitetura com maquetes e fotos de obras de conhecidos profissionais como Zaha Hadid, Norman Foster, Richard Rogers e David Chipperfield.

Os fotógrafos convidados à apresentação desta quinta-feira à imprensa buscaram as imagens mais impactantes: um grande tronco de árvore furado e enegrecido, um cachorro que introduz seu focinho em uma lata de lixo e a gigantesca escultura plana e transparente de inspiração palladiana instalada no pátio da Academia. (Joaquín Rábago)