Pioneiro dos "paparazzi" enche de famosos principal mostra de fotografia do mundo
Madri, 1 jun (EFE) - As celebridades que Ron Galella, pioneiro do fenômeno "paparazzi" nos anos 1960, retratou em várias ocasiões e em diferentes lugares do mundo brilham na PhotoEspaña, exposição realizada no Círculo de Belas Artes de Madri.
Decisivas no nascimento da cultura das celebridades, as fotografias de Ron Galella ilustram relações em transformação entre a fama, e a privacidade e sua evolução no tempo.
Jackie Onassis, Elizabeth Taylor, Mick Jagger e Sophia Loren são alguns dos rostos conhecidos desta retrospectiva, que inclui uma seleção de 109 imagens de arquivo que o renomeado fotógrafo tem em Nova York, 26 das quais serão exibidas na loja Loewe e no Círculo de Belas Artes.
Apesar de seus 78 anos, Galella, com uma câmera no ombro, conserva intacta sua vontade de conseguir imagens exclusivas, como demonstrou no ato de apresentação da mostra. O americano disse que gostaria de retratar Jennifer López e seu "famoso traseiro" de biquíni, além da prolífica família de Brad Pitt e Angelina Jolie.
No entanto, o fotógrafo reconheceu que existem "grandes diferenças" entre sua época e a atualidade. Enquanto para ele o principal objetivo era registrar personalidades "em circunstâncias especiais", o que o fez ganhar "muito dinheiro", os paparazzi de agora buscam fundamentalmente o lucro pessoal, e não costumam ter uma formação artística.
Quanto às formas, o artista admitiu que ele também pode ser considerado um "paparazzo agressivo", porque "roubava" fotos que os famosos não queriam. "Quando se davam conta, eu já tinha a foto".
Galella vivia em festas e falsificava convites para comparecer a eventos. Grace Kelly, Robert Reford e Warren Beatty são alguns dos famosos que seguia e com os quais conseguiu estabelecer uma relação de amizade.
No extremo oposto destaca-se Marlon Brando, que em junho de 1973, após uma perseguição pelo bairro de Chinatown de Nova York, deu-lhe um soco que fraturou sua mandíbula inferior e lhe fez perder seis dentes.
Tempos depois, este incidente gerou uma foto mítica na qual aparece Marlon Brando e, logo atrás dele, Ron Galella usando um capacete de jogador de beisebol, "no caso dele me dar outro golpe", explicou o fotógrafo.
Sobre fotos "roubadas", destacou a que conseguiu tirar de Jackie Onassis da janela traseira de um táxi em Madison Avenue. Esta é uma de suas "favoritas", ao considerar que reúne três qualidades básicas do estilo dos "paparazzi": improvisação, captar o indivíduo distraído e espontaneidade.
Entre os espanhóis retratados por ele figuram Penélope Cruz, em junho de 2002, e Julio Iglesias, em 1982, ambos em Nova York no Dia dos Namorados.
Embora Galella não tenha demonstrado vontade de mudar de profissão, reconheceu que não gostaria de trabalhar hoje em dia no mundo dos paparazzi, "porque há tantos amontoados de dia e de noite para captar uma imagem de Lindsay Lohan ou Paris Hilton, que é impossível tirar uma boa foto".
Em sua época era diferente. Uma de suas musas, Jackie Onassis, permitiu que ele tirasse 20 fotos exclusivas e lucrasse cerca de US$ 40 mil. (Concha Carrón)
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