Imprensa e publicidade enfrentam desafio da digitalização
Miami, 1 jun (EFE).- Os meios de comunicação e empresas de publicidade devem assumir novos modelos de negócio que adotem um "processo de digitalização", se quiserem concorrer com sucesso em seus respectivos setores, informaram nesta quarta-feira vários especialistas em Miami.
"O que acontece é que gerou uma crise estrutural no setor de imprensa e publicidade", fruto de um "processo de digitalização" que acarretou uma transformação profunda do mercado, disse Marcos Baer, presidente da Portada, empresa líder de informação e análise de imprensa.
Por isso, o "grande desafio" de ambos os setores consiste em criar "novos modelos de negócio que se sustentem em processo rumo à digitalização", afirmou Baer.
Baer abriu nesta quarta-feira a Cúpula Latino-Americana de Mídia e Publicidade 2011, uma plataforma proposta para ajudar profissionais do setor da publicidade a compreender e a atrair o interesse dos consumidores latinos.
O presidente da Portada declarou na conferência de dois dias que, de cem anunciantes que perdem os meios de comunicação tradicionais, metade desiste em benefício da publicidade digital.
O empresário destacou as mudanças de hábito no "comportamento do consumidor" de países industrializados, também do latino-americano em 40% da população.
Além disso, os conteúdos de mídia digital são "em sua maioria gratuitos e a publicidade na internet está num bom aumento, apesar de não substituir o declínio da publicidade no papel e na televisão".
Sob o lema "América Latina: assumindo um lugar central no mundo", a conferência reúne 400 profissionais do setor da publicidade, mídia e conteúdos que abordam as principais questões da área, como consequências das mudanças.
Durante a conferência, foram analisados novos modelos de comércio na América Latina, através de tablets e smartphones e como estes propõem à classe média emergente hispano-americana.
Um exemplo na América Latina deste segmento da população é a classe média emergente brasileira, que cresce de forma muito rápida, com cerca de 100 milhões de consumidores, disse Jimena Urquijo, diretora de Desenvolvimento de Negócio de Kantar Media.
O problema, na opinião de Jimena, é que os níveis de educação são baixos e "as mensagens publicitárias apelam para as emoções" dos consumidores da classe média ("que preferem "exibir marcas como símbolo de status social"), antes da "informação e do raciocínio".
Para Bob Oliva, diretor de desenvolvimento de negócio da Portada, outro aspecto essencial sobre o mercado hispânico nos EUA é que este é considerado um "país à parte com sua própria identidade" pelas empresas de marketing.
Oliva se aventurou a dizer que tanto o tablet, como o iPad, vão revolucionar tudo: por meio deles é possível ler jornal, assistir à televisão, escutar rádio e até falar por telefone".
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