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"A Dama com Arminho", de Da Vinci, é exibida no Palácio Real de Madri

Detalhe da obra "Dama com Arminho", de Leonardo Da Vinci - Alik Keplicz /AP
Detalhe da obra "Dama com Arminho", de Leonardo Da Vinci Imagem: Alik Keplicz /AP

01/06/2011 18h40

Madri, 1 jun (EFE) - "A Dama com Arminho" de Leonardo da Vinci, ocupa um espaço privilegiado no Palácio Real de Madri, sua residência nos próximos três meses durante a exposição "Polônia, Tesouros e Coleções Artísticas".

A exposição foi organizada em colaboração com a Ação Cultural Espanhola, a Fundação Banco de Santander e o Museu da Cracóvia, e terá sua contrapartida na mostra "Tesouros do Patrimônio Nacional da Espanha", em Cracóvia, no mês de julho.

Como uma grande celebridade e cercada estritas medidas de segurança, "A Dama com Arminho" visita a Espanha pela primeira vez, como estrela da exposição que inclui também a obra-prima de Rembrandt "Moça na Janela".

O príncipe Adam Carol Czartoryski, presidente da Fundação que leva seu nome e é proprietária da pintura, participou da inaguração da mostra na tarde desta quarta-feira ao lado dos reis da Espanha e do presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski.

Em perfeito espanhol, Czartoryski lembrou que o quadro foi adquirido pelo príncipe Adam Jerzy Czartoryski por volta de 1800 e chegou às mãos de sua mãe, a princesa Izabela Czartoryska, que criou o primeiro museu polonês aberto ao público.

A obra saiu da Polônia antes das tropas czaristas chegarem a Pulawy, onde era exibida, iniciando um périplo por diferentes cidades até chegar a Paris, de onde saiu para voltar à Polônia em 1870.

Protegido durante a I Guerra Mundial em Dresden (Alemanha), o quadro voltou à Cracóvia em 1920 e nos primeiros dias da II Guerra Mundial foi confiscado pelos nazistas. Terminada a Guerra, foi devolvido a seus proprietários. "Trata-se de uma dama com muita força que agüentou muito", comentou o príncipe.

O óleo sobre madeira pintado por Da Vinci em torno de 1490 mostra Cecilia Gallerani, amante de Ludovico Sforza, duque de Milão, quando tinha 17 anos. Por sua profundidade psicológica, a obra é considerada um dos primeiros retratos modernos da história da pintura.

Janusz Walek, curador do Museu Nacional da Cracóvia, considera que o quadro ocupa um lugar muito significativo no contexto do desenvolvimento do retrato na Idade Moderna.

"Pintado por um destacado cientista, um minucioso investigador da natureza que possuía profundos conhecimentos sobre as propriedades físicas da luz, sobre a anatomia humana e animal, sobre a psicologia, é, sem dúvida, uma obra muito inovadora para sua época", explicou.

"Polônia, Tesouros e Coleções artísticas" exibe 400 anos de arte no país europeu, especialmente de sua era de ouro durante os séculos XVI e XVII, através de mais de 190 pinturas, esculturas, tapeçarias, artes decorativas e obras literárias, selecionadas pela curadora Beata Biedronska-Slota e procedentes dos principais museus poloneses.

Desde a Polônia medieval e renascentista, onde floresceram diferentes artes, o percurso vai mostrando os avanços científicos, com a primeira edição da obra fundamental de Copérnico, a arte desenvolvida durante a dinastia Vasa (1587-1668) com um gosto genuinamente polonês, e os rituais funerários.

O capítulo dedicado à vitória sobre os turcos, com a exibição de uma chamativa armadura, abre passagem para a sessão dedicada aos príncipes saxões da Casa de Wettin, com uma arte dominada pela influência da França e Alemanha. (Mila Trenas)