Artistas venezuelanos renovam imagem de bairro com "galeria a céu aberto"
Caracas - Artistas de rua vêm se reunindo nos últimos dias em uma das áreas mais pobres de Caracas para dar um colorido às paredes dos "ranchitos", nome dado às humildes casas do local, e fazer do popular bairro de Santo Agostinho uma "grande galeria a céu aberto".
No "Santo Agostinho Aéreo", nome dado em alusão ao popular bairro que serve de tela para o festival, 30 artistas de rua se empenham ao longo de três dias para deixar o melhor de sua obra em Las Filas de Marín, a principal rua da área e ponto de referência visual.
As obras podem ser observadas durante o passeio no Metrocable, o teleférico que conecta o local com o centro da cidade, convidando turistas e moradores a visitar o bairro com uma das piores famas da capital, algo que os artistas tentam desmistificar.
"Venderam aos venezuelanos que Santo Agostinho é uma comunidade muito perigosa, mas aqui você não vê nada além desta comunidade ativa", disse à Agência Efe um dos artistas, Manuel Serpa, conhecido como "El Mañe", que considera que o "verdadeiro perigo" de visitar o bairro é que "depois ninguém quer ir embora".
A organizadora do evento, Yaneth Rivas, indicou que "existe um preconceito social enorme entre Caracas do leste e do oeste" e a iniciativa pretende aproximar as duas áreas da cidade.
A artista plástica de 27 anos explicou à Efe que as atividades deste tipo permitem que "os chamos (rapazes) encontrem também outras formas de se realizar e se afastar da violência".
Outro dos atrativos "extras" do festival, segundo "El Mañe", é a possibilidade de conhecer o Metrocable de Santo Agostinho, um bairro situado em um dos morros ao leste da parte histórica de Caracas.
Para Evangelista Soto, de 80 anos e moradora de Santo Agostinho, este festival deixará o bairro no qual vive com sua família "bem lindo".
Ana Escudero, de 13 anos, que espera poder participar de algum dos murais, e Ángel Díaz, de 18, que já contribui colaborando musicalmente para que a salsa e o hip-hop acompanhem os pintores durante a jornada, concordam com Evangelista.
O "Santo Agostinho Aéreo" também inclui atrações de 12 grupos do país, djs e diferentes coletivos urbanos e o melhor: sempre gratuitamente.
"El Mañe" relatou que também receberam o apoio de órgãos públicos e espera que nas próximas edições mais instituições contribuam para financiar o projeto e a iniciativa possa se estender a outros bairros desfavorecidos da capital venezuelana. (María José Benavente)
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