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Arte contemporânea peruana procura visibilidade perante novos governantes

27/05/2011 20h38

São Paulo - A arte contemporânea peruana procura visibilidade perante os novos governantes, que terão o desafio de evitar a crescente fuga de artistas, afirmou nesta sexta-feira (27) em São Paulo a curadora do Museu de Arte de Lima (Mali), Tatiana Cuevas.

"A carência de apoio à formação artística é um problema muito claro que, evidentemente, empurra vários artistas para fora do país", disse a responsável à Agência Efe, também curadora da mostra "Arte al Paso - Coleção de Arte Contemporânea do Mali" que será inaugurada neste sábado na Estação Pinacoteca de São Paulo.

O novo presidente do Peru, que será eleito no dia 5 de junho entre os candidatos Ollanta Humala e Keiko Fujimori, deverá enfrentar a fuga dos artistas nacionais para o exterior, em um dos melhores momentos para a arte e a cultura peruana, que acaba de ganhar o prêmio Nobel de Literatura com Mario Vargas Llosa.

"A formação em outros países, em outros contextos, enriquece muito a prática artística, mas não existe muitos fatores que convidem os artistas a voltarem ao país", declarou a curadora.

Para Cuevas, a exposição de 36 artistas peruanos em São Paulo, uma das "principais capitais culturais do mundo", pode motivar o novo Governo a adotar políticas de incentivo aos artistas nacionais.

"Tomara que esta mostra possa despertar este interesse. Sempre há outras prioridades em um país, mas acho que a cultura nunca deve ser deixada de lado", acrescentou.

A exposição do Mali no Brasil, a primeira de grande magnitude do museu peruano no exterior, aborda em um de seus três eixos temáticos justamente a "Crítica perante o institucional que falta".

As outras duas vertentes são "A paisagem entre linhas" e "Violência e memória", que analisam o legado cultural peruano e a mensagem dos artistas nos momentos críticos da recente história do país andino.

A mostra inédita, e que ficará exposta até 31 de julho, reúne cem trabalhos, entre pinturas, esculturas, vídeos, fotografias e obras plásticas criadas entre 1960 e 2011.

Entre os artistas aparecem Gabriel Acevedo Velarde, Mariella Agois, Armando Andrade Tudela, Juan Enrique Bedoya e Luz María Bedoya.