Von Trier defende Festival de Cannes frente às acusações do Irã
Madri, 24 mai (EFE).- O cineasta dinamarquês Lars von Trier, considerado "persona non grata" pelo Festival de Cannes após declarar que compreendia o ditador alemão Adolf Hitler, defendeu o evento francês após as acusações de censura feitas pelo vice-ministro de Cultura do Irã, Javad Shamaqdari.
"Em minha opinião, a liberdade de expressão faz parte, em qualquer de suas formas, dos direitos humanos fundamentais. No entanto, meus comentários durante a entrevista coletiva foram pouco inteligentes, ambíguos e necessariamente ofensivos", escreve o diretor de "Dogville" em comunicado.
A resposta vem depois das críticas do Irã ao veto de Cannes a Von Trier, considerando-o - em comunicado emitido nesta segunda-feira - um "comportamento de traços fascistas" por parte de um certame que se erigiu em sua última edição contra a censura do Governo de Mahmoud Ahmadinejad, que acaba de condenar a seis anos de prisão o cineasta Jafar Panahi.
Von Trier aproveitou também este comunicado para reiterar suas polêmicas afirmações. "O que eu queria dizer era que o potencial da extrema crueldade está dentro de cada ser humano, seja qual for sua nacionalidade, sua raça, categoria ou religião", afirmou.
"Se só explicarmos os desastres baseando-nos na crueldade dos indivíduos, destruiremos a possibilidade de entendimento dos mecanismos humanos, peça necessária para evitar futuros crimes contra a humanidade", destacou.
O Festival de Cannes baniu Von Trier da cerimônia de entrega de prêmios, declarando-o "persona non grata", na qual seu filme "Melancolia" valeu o prêmio de Melhor Atriz a Kirsten Dunst, dedicado ao cineasta dinamarquês.
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