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Tumba do general de Tutancâmon está aberta ao público

Imagem de tumba de um dos generais do exército de Tutancâmon, exposta no Cairo, Egito (23/5/2011) - EFE/KHALED ELFIQI
Imagem de tumba de um dos generais do exército de Tutancâmon, exposta no Cairo, Egito (23/5/2011) Imagem: EFE/KHALED ELFIQI

24/05/2011 10h19

Cairo, 24 mai (EFE).- A tumba do general Horemheb, que comandou o Exército de Tutancâmon antes de se tornar faraó, está aberta para visitação a partir desta segunda-feira junto a outros cinco sepulcros de nobres do Império Novo (1539-1075 a.C) do Antigo Egito.

Situada à sombra da pirâmide escalonada de Djoser, a mais antiga do Egito, a tumba da necrópole de Saqqara ainda conserva relevos que contam a história e as conquistas de Horemheb quando era comandante do Exército de Tutancâmon (1336-1327 a.C.).

Nas paredes das três salas, podem-se ver hieróglifos que narram a vida deste general de origem humilde, que se tornou o faraó que devolveu ao Egito a normalidade depois dos conturbados anos do reinado de Akenatón.

O ministro de Estado para as Antiguidades egípcio, Zahi Hawas, com seu inseparável chapéu de abas largas ao estilo Indiana Jones, guiou os jornalistas através da tumba, que começou a ser escavada em 1975.

Sob um calor sufocante e diante dos olhares atentos dos policiais, que vigiavam o local montados em camelos, Hawas apresentou as outras cinco tumbas que formam o único complexo funerário do Império Novo em Saqqara, onde a maioria de sepulcros pertence ao Império Antigo (2575-2150 a.C.).

Tais sepulturas pertencem ao tesoureiro de Tutancâmon, Maya; aos nobres Merineiz e Phahemia; à família Raia (pai e filho); e ao militar Tia, que foi subordinado a Ramsés II (1304 a.C. a 1237 a.C.).

Hawas reiterou que os túmulos são "únicos" porque revelam como os nobres do Império Novo queriam ficar perto da antiga capital egípcia de Mênfis, perto de Saqqara, embora a nova capital se encontrasse em Tebas, a atual Luxor, quase 700 quilômetros ao sul. Estes sepulcros sofreram inúmeros saques durante o século XIX, e muitos de seus tesouros foram tirados do Egito.

"Centenas de estátuas e blocos de pedra dessas tumbas foram roubados e estão em museus de todo o mundo, mas um dia serão devolvidos", afirmou Hawas.

Hawas explicou que a múmia de Horemheb nunca ficou na câmara subterrânea escavada na rocha viva sob o mausoléu porque o general se tornou faraó e foi enterrado no Vale dos Reis.

O alto funcionário acredita que a abertura dessas novas tumbas pode contribuir para reerguer o turismo afetado após as revoltas populares que acarretaram na queda do então presidente Hosni Mubarak, no início deste ano.

Como parte da campanha turística, Hawas anunciou que os estrangeiros "em breve" poderão visitar também uma "impressionante" necrópole subterrânea onde dezenas de touros foram enterrados - animal que no antigo Egito simbolizava o deus criador Ptah - mumificados e colocados dentro de sarcófagos de pedra. (Laura Millan Lombraña)