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Malick conquista Palma de Ouro no Festival de Cannes

23/05/2011 07h28

Mateo Sancho Cardiel.

Cannes (França), 22 mai (EFE).- O cineasta americano Terrence Malick conquistou neste domingo a Palma de Ouro na 64ª edição do Festival de Cannes com "A Árvore da Vida" em uma cerimônia em que Pedro Almodóvar não ganhou tanto destaque, enquanto "Las Acacias", do argentino Pablo Giorgelli, ganhou a Câmera de Ouro.

A disputa pela Palma de Ouro terminou com a vitória de Malick, que dirigiu apenas seis filmes em 50 anos, mas com grande capacidade para criar expectativa e mistério a ponto que não comparecer neste domingo a Cannes a receber o cotado prêmio.

O misterioso Malick se sobrepôs assim a Almodóvar, que com "La Piel que Habito" ganhou o Prêmio da Juventude.

O cinema argentino também saiu consagrado do festival, já que "Las Acacias", de Pablo Giorgelli, conquistou a Câmera de Ouro de melhor estreia exibida em Cannes.

"A Árvore da Vida", com Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain gerou as mais longas filas de todo o festival. Desse modo, o filme do cineasta americano, cuja estreia foi adiada por causa da montagem, conseguiu consagrar-se, apesar da grande ambição de retratar a história do universo.

Ganhador do prêmio de melhor diretor neste mesmo festival por "Cinzas no Paraíso" e do Urso de Ouro em Berlim por "Além da Linha Vermelha", "A Árvore da Vida" - apesar de algumas vaias do público e de dividir a crítica - seduziu o júri presidido por Robert De Niro, que deu a 19ª Palma de Ouro a Malick.

A jovem americana Kristen Dunst, envolvida no "escândalo Lars Von Trier", foi escolhida a melhor atriz desta edição por "Melancolia", filme em que interpreta brilhantemente a fragilidade mental de uma pessoa depressiva.

A atriz dedicou o prêmio a Lars Von Trier, que, segundo ela, deu-lhe "a possibilidade de ser tão valente". O diretor foi considerado "persona non grata" no festival depois que deu declarações enaltecendo a figura de Hitler.

Já o prêmio de melhor ator foi para o francês Jean Dujardin, protagonista de "The Artist", filme que agradou o público de Cannes. Dujardin dedicou o prêmio à sua colega de elenco Bérénice Bejo e recebeu os aplausos de um ator que conquista um grande prêmio em casa.

Uma das surpresas do festival foi o prêmio de melhor diretor para outro dinamarquês, Nicolas Winding Refn, por sua honesta, atmosférica e brutal homenagem ao cinema de ação dos anos 1970 através de "Drive", protagonizado por Ryan Gosling.

Compartilhando o Grande Prêmio do júri, foram consagrados os irmãos Dardenne, que poderiam ter ganhado sua terceira Palma de Ouro pelo emocionante "Le Gamin au Vélo", e o turco Nuri Bilge Ceylan, pelo filme mais longo da competição - 2 horas e 40 minutos- "Once Upon a Time in Anatólia".

A comédia israelense "Hearat Shulayim", do israelense Joseph Cedar, recebeu o prêmio de melhor roteiro.

Para fechar a lista de premiações, o prêmio do júri ficou com o francês "Poliss", da produtora e atriz Maïwenn.

Por sua vez, a Palma de Ouro de melhor Curta-metragem foi para "Cross", de Maryna Vroda, enquanto o prêmio do júri de melhor curta-metragem foi para "Badpakje 46", de Wannes Destoop.