Irã confirma libertação da jornalista da "Al Jazeera" detida na Síria

Teerã, 18 mai (EFE).- A jornalista iraniana da emissora "Al Jazeera", Dorothy Parvaz, detida na Síria, foi libertada pelas autoridades do Irã, informou nesta quarta-feira o procurador-geral de Teerã.

Em declarações à agência de notícias "Irna", o responsável iraniano explicou que a repórter, que também tem nacionalidade canadense, foi entregue ao Irã pelas autoridades sírias depois que tentou entrar em Damasco com um passaporte iraniano vencido.

"A jornalista da 'Al Jazeera' foi entregue às autoridades iranianas e, depois das investigações, ficou claro que seu passaporte não tinha nenhum problema e a ordem de libertação foi emitida", ressaltou.

Na terça-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, evitou revelar o paradeiro de Dorothy.

No entanto, em sua habitual entrevista coletiva semanal, o funcionário acusou a repórter de ter cometido "várias infrações" e advertiu que seu país "não reconhece a dupla cidadania".

"A correspondente iraniana da emissora 'Al Jazeera' cometeu várias violações. Primeiramente, seu passaporte iraniano estava vencido. Além disso, não solicitou visto de jornalista e viajava com outros passaportes: americano e canadense", declarou.

"Não aceitamos a dupla cidadania. O Irã está acompanhando o caso, e é importante para nós ter a informação mais precisa possível", acrescentou.

Segundo as autoridades sírias, Dorothy, que trabalha na emissora desde agosto de 2010, foi detida em 29 de abril no aeroporto de Damasco quando tentava entrar no país com um passaporte iraniano vencido.

As mesmas fontes asseguram que depois o cônsul iraniano a escoltou até um voo com destino ao Irã, para onde teria sido deportada.

De acordo com a "Al Jazeera", desde então a jornalista estava em poder das autoridades de seu país de origem.

Em 2 de maio, essa informação foi negada pelo ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, que disse não ter informações sobre o paradeiro da jornalista.