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Teoria de complô contra Strauss-Kahn ganha terreno na internet

17/05/2011 09h40

Paris, 17 mai (EFE).- A teoria do complô contra o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, acusado de abuso sexual nos Estados Unidos, ganha força na internet na França, ao ser alimentada por políticos.

Como indicou nesta terça-feira a imprensa local, na rede circula a versão de que inimigos políticos de Strauss-Kahn armaram uma cilada para acabar com sua promissora carreira política, após meses liderando as pesquisas às eleições presidenciais que ocorrerão no próximo ano na França.

A teoria se sustenta essencialmente no fato de que um jovem militante do partido conservador sarkozista União por um Movimento Popular (UMP) postou em seu Twitter a notícia da detenção do diretor-gerente do FMI apenas 14 minutos após a Polícia o deter a bordo do avião que o traria a Paris.

"Um colega nos Estados Unidos acaba de me informar que DSK (nome como é conhecido Strauss-Kahn na França) parece ter sido detido pela Polícia em um hotel de Nova York há uma hora", afirmava a mensagem de Jonathan Pinet, estudante de ciências políticas de 24 anos e militante do partido de direita, informa a publicação "Le Parisien".

Pouco depois, 23 minutos mais tarde, Arnaud Dassier, responsável pela campanha na internet de Nicolas Sarkozy em 2007, retuitou a mensagem na mesma rede social.

Segundo "Le Parisien", os partidários da teoria de complô consideram que os dois simpatizantes sarkozistas estavam bem informados com muita antecedência.

Dassier é, além disso, um dos mais críticos inimigos de DSK a partir do site que coordena, próximo ao UMP, "www.atlantico.fr".

No portal publicou a imagem de Strauss-Kahn deixando um carro de luxo durante uma recente passagem por Paris, uma publicação que estava acompanhada de outras notícias sobre a vida social do possível candidato socialista à Presidência.

"Atlantico.fr" também divulgou na segunda-feira, extratos dos relatórios confidenciais da Polícia de Nova York que assinalavam ter encontrado arranhões no peito de DSK, possíveis provas de que brigou com a camareira que o acusa de abuso sexual.

A teoria de complô também foi alimentada pelas declarações de políticos. O deputado Jean-Christophe Cambadélis, próximo colaborador de Strauss-Kahn, lembrou aos jornalistas que os inimigos políticos do diretor-gerente do FMI estavam aguardando a oficialização de sua candidatura às primárias socialistas para atacá-lo sem piedade.

"Tenho em mente que tinham prometido a DSK fogo nuclear quando desse os primeiros passos como candidato", afirmou em declarações em frente à sede do PS em Paris, onde o partido analisa as consequências da detenção de Strauss-Kahn.

Outros socialistas se somaram à teoria de armação, sem indicar quem poderiam ser os responsáveis.

"Pode vir do FMI ou da direita" francesa, afirmou o vice-presidente da região de Paris, Michèle Sabban, em declarações ao jornal "Le Figaro".