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Plataforma de defesa da liberdade na internet busca apoio na Europa

05/05/2011 10h14

Bruxelas, 5 mai (EFE).- A Iniciativa de Rede Global (GNI, na sigla em inglês), que reúne empresas como Google, Microsoft e Yahoo! e defende a liberdade de expressão e a privacidade nas tecnologias da informação e comunicação, se reuniu nesta semana com instituições e empresas europeias para buscar apoio.

A GNI foi criada há dois anos nos Estados Unidos principalmente como resposta aos casos de censura registrados em 2008 contra empresas como a Google na China, mas busca o apoio de companhias do mundo todo para amplificar sua mensagem.

"Trata-se de uma iniciativa americana. Foram empresas americanas que enfrentaram problemas específicos na China e no Oriente Médio, mas agora vemos muito interesse na Europa", indicou em entrevista coletiva concedida em Bruxelas a diretora-executiva da GNI, Susan Morgan.

A iniciativa quer somar os apoios de empresas do setor das telecomunicações, mas também dos meios de comunicação e, para isso, a equipe da GNI manteve reuniões com eurodeputados, representantes da Comissão Europeia e empresas da União Europeia (UE).

Atualmente, a iniciativa conta com três membros líderes na indústria da internet, mas também com organizações sem fins lucrativos como a Human Rights Watch, e do mundo acadêmico, como o Centro Berkman para Internet e a Sociedade da Universidade de Harvard, e recebe financiamento de investidores dos Estados Unidos, Reino Unido e Suécia.

Durante dois anos, estes agentes acertaram linhas diretrizes baseadas na colaboração entre empresas com a meta de melhorar sua atuação para proteger a liberdade de expressão e a privacidade no setor das tecnologias da informação e da comunicação.

Morgan lembrou que no mundo todo as empresas de comunicação e tecnologia enfrentam uma pressão cada vez maior dos governos para que cumpram as leis e políticas nacionais, de forma que podem entrar em conflito com os direitos humanos reconhecidos em nível internacional, como a liberdade de expressão e a privacidade.

Apesar dos direitos humanos enfrentarem muitos desafios em alguns países, a diretora-executiva destacou que há muitas pressões para limitar o acesso à informação ou buscar dados de usuários da internet também em Estados com regime democrático.

Nesse sentido, denunciou que aumentaram drasticamente as ameaças ao livre fluxo de informação, já que em 2002 foi detectado que dois países tentaram bloquear conteúdos da internet, enquanto em 2010 o número subiu para 50.

"Os usuários não conhecem as relações entre as empresas e os governos, por isso é necessário mais transparência", avaliou Morgan.