Morte de Bin Laden na mira de Hollywood
Fernando Mexía.
Los Angeles (EUA), 3 mai (EFE).- A morte do saudita Osama bin Laden em uma operação militar dos Estados Unidos no Paquistão representa para Hollywood uma oportunidade para reacender um gênero de filmes patrióticos.
A inesperada morte do líder terrorista, considerado o cérebro dos atentados de 11 de setembro, no ano que se completa o décimo aniversário da tragédia, é apontada como inspiração para filmes dispostos a vingar na tela a vida dos milhares de mortos nos ataques perpetrados pela Al Qaeda.
Embora ainda seja cedo para saber como os grandes estúdios tratarão este acontecimento, projetos que já estavam em andamento como "Kill Bin Laden" da diretora Kathryn Bigelow ganharam o interesse repentinamente.
Bigelow, autora do premiado "Guerra ao Terror" (2009), um filme sobre uma equipe de desativadores de bombas no Iraque, tinha a intenção de contar em seu novo projeto uma missão fracassada do Exército dos EUA para caçar o terrorista mais procurado do momento.
A história agora poderia sofrer um novo giro para incluir os fatos confirmados na noite do domingo pelo presidente Barack Obama em um pronunciamento televisionado ao vivo para todo o país.
O site "Deadline Hollywood" apontou que "Kill Bin Laden" não tratava especificamente sobre o chefe da Al Qaeda, e que pouco vazou quanto ao roteiro e o elenco que ainda estava pendente, que supostamente contaria com Joel Edgerton.
"Kill Bin Laden" tem entre seus apoios financeiros Megan Ellison, filha do chefe-executivo da Oracle, Larry Ellison.
Já em 2006, a Paramount conseguiu os direitos para adaptar o livro "Jawbreaker" para o cinema, que descrevia uma operação de forças especiais para capturar Bin Laden nas montanhas afegãs durante a guerra no país asiático.
O projeto foi finalmente descartado depois que o filme "World Trade Center" (2006) de Oliver Stone arrecadasse US$ 70 milhões nos EUA, uma bilheteria que decepcionou a previsão do estúdio, segundo "Deadline".
"The Hollywood Reporter" adiantou que durante as próximas semanas se observará "provavelmente uma tonelada de novos projetos sobre Bin Laden, especialmente à medida que se conheçam os detalhes sobre a missão americana".
Desde os atentados de 2001 surgiu uma evolução sobre como Hollywood tratou o terrorismo de origem islamita.
Os estúdios passaram da recriação do drama humano dos ataques, com a busca do herói no meio da catástrofe ("World Trade Center" e "Voo 93") a uma proliferação de thrillers militares ambientados na chamada "guerra contra o terror".
Assim, foram lançados títulos como "O Reino" (2007) com Jamie Foxx, "Rede de Mentiras" (2008) de Ridley Scott com Leonardo DiCaprio e Russell Crowe e "O Traidor" (2008) com Don Cheadle e Guy Pearce, entre outros, apesar de nenhum alcançar um grande sucesso de bilheteria.
Com a morte de Bin Laden, Hollywood poderia fechar o ciclo pondo um final vitorioso e patriótico em histórias do 11 de setembro e que o próprio Obama quis emplacar no domingo com um discurso próprio de um filme quando declarou que tinha-se feito justiça.
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