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Último líder soviético celebra seus 80 anos preocupado com situação da Rússia

02/03/2011 10h32

Moscou, 2 mar (EFE).- Mikhail Gorbachev, último dirigente soviético e pai da "Perestroika", celebra nesta quarta-feira seus 80 anos preocupado com a situação na Rússia e a ofensiva contra os direitos e liberdades de seus compatriotas.

"Ultimamente se observa uma ofensiva contra os direitos e as liberdades dos russos", afirmou o político em entrevista à agência "Interfax".

Segundo ele, isto é "inadmissível", pois "as autoridades devem velar pelos direitos dos cidadãos e pensar em como garantir sua segurança".

Nos últimos tempos, o antigo líder soviético e Prêmio Nobel da Paz, que qualifica a situação no país como "preocupante", criticou duramente o presidente Dmitri Medvedev e o primeiro-ministro Vladimir Putin.

As declarações de Putin de que ele e Medvedev decidiriam qual deles apresentaria sua candidatura nas eleições presidenciais do ano que vem suscitaram a ira de Gorbachev.

As críticas do antigo líder soviético se estenderam à gestão econômica: "Fala-se muito da modernização, mas há poucos fatos concretos, o que também me preocupa".

Gorbachev afirmou que na Rússia poderiam ocorrer mudanças positivas depois das eleições parlamentares que serão realizadas em dezembro, mas advertiu que isso só ocorrerá "em caso de um pleito limpo".

Atualmente, o antigo líder soviético quase não incita interesse entre seus compatriotas.

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos da Opinião Pública (Vtsiom, por sua sigla em russo) revelou que 47% dos russos se sente "indiferente" em relação ao antigo líder.

"Gorbachev tirou o país de um sonho letárgico, que era uma ameaça de morte", escreveu o jornal "Novye Izvestia", um dos poucos que dedicou espaço ao aniversário do ex-líder.