Repressão a "Revolução do Jasmim" na China censura até vídeo de Hu Jintao
Pequim, 2 mar (EFE).- A censura na internet chinesa contra qualquer coisa que lembre a "Revolução do Jasmim", depois que mobilizações foram convocadas com esse lema no país asiático, chegou a afetar até um vídeo do presidente do país, retirado da rede porque nele Hu Jintao cantava uma música sobre essa flor.
Segundo informa nesta quarta-feira o diário "South China Morning Post", o vídeo, no qual o presidente Hu Jintao canta a música "Molihua" ("Flor de Jasmim") junto a um grupo de estudantes da língua chinesa no Quênia, desapareceu sem explicação alguma dos principais serviços de hospedagem de vídeos do país asiático, como o Youku e o Tudou.
Nas imagens, gravadas durante uma visita oficial de Hu ao país africano em 2006, quase não há referências políticas, mas a menção à flor de jasmim parece tê-lo transformado em mais uma vítima da censura chinesa, que atualmente bloqueia as tentativas de usar essa palavra em buscadores, microblogs e fóruns.
A canção entoada por Hu é uma das melodias tradicionais mais famosas da cultura chinesa e também foi cantada em dezembro durante a cerimônia de entrega do prêmio Nobel da Paz ao dissidente chinês preso Liu Xiaobo.
Nas últimas duas semanas, internautas anônimos convocaram mobilizações sob o lema de "protestos do jasmim" em zonas centrais de Pequim, Xangai e outras 12 cidades chinesas, para pedir o fim da corrupção, da desigualdade e da censura na China, entre outras reivindicações.
Estas chamadas, através de sites bloqueados na China, tiveram pouca adesão popular, mas geraram forte presença policial nas zonas das convocações, além de ataques a jornalistas estrangeiros que se deslocaram para esses lugares para realizar a cobertura dos fatos.
Os protestos parecem ter inspiração na "Revolução do Jasmim" que em janeiro derrubou o Governo de Ben Ali na Tunísia, embora alguns dos manifestantes assegurem que no caso chinês não há intenção de trocar o regime, desde que este empreenda as mudanças exigidas.
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